terça-feira, novembro 06, 2007

LOUCURA É SER NORMAL!

Durante a vida criamos tantas máscaras e tantos códigos que nos afastam de nosso verdadeiro EU-pessoal. Mas por quê? Esta era uma pergunta constante em meus questionamentos, porém, sempre sem resposta. Isso porque eu buscava a resposta nos outros e ela não poderia vir de ninguém mais, senão de mim mesma. Ou seja, caímos no auto-conhecimento, declarado por Sócrates, 4000 anos atrás, "Conheça-te a ti mesmo", primeiro preceito psicológico que, ainda hoje, muitos não seguem. Infelizmente existem muitas pessoas que não acreditam em terapia, em psicologia, em psicanálise ou qualquer tipo de ajuda profissional. E ainda somos obrigados a ouvir que de nada serve tratamento algum. É, realmente devo concordar que de nada vai servir nenhum tratamento quando a pessoa não quer se tratar, não quer crescer, não quer amadurecer. Outros ainda acham que terapia é coisa para loucos. Ora, quem será neste mundo que não tem um pouco de loucura? O mais louco de todos pra mim é aquele que se diz “normal”.

Sei que vivemos num mundo voltado para o externo, para o material, para a modernidade. Hoje, com todo esse avanço tecnológico e todo automatismo que a vida nos impõe, realmente é difícil parar para pensar em nós mesmos. E muitas vezes nos falta “tempo”, ou pelo menos esta é a nossa desculpa. Mas eu acredito no auto-conhecimento, acredito na busca constante de minhas ilusões, do meu EU verdadeiro, das minhas fantasias e das minhas realidades. E definitivamente a terapia me ajudou muito a “decifrar” certos códigos criados por mim, ao longo do tempo, e entender o porquê de tê-los criado. É fácil culpar quem está de “fora”. Difícil é querer realmente enfrentar nossa interioridade profunda, assumir e aceitar que a mudança não depende do outro, mas, sim, única e exclusivamente de nós mesmos. Eu costumo dizer que a minha terapeuta foi uma amiga de silêncios consentidos e a guia de uma intrépida “viagem” rumo ao desconhecido. Eu aprendi que aquelas respostas tão procuradas ao longe, sempre estiveram muito próximas: dentro de mim!

“(...)porque é por esta estrada iluminada do auto-conhecimento que o homem vai poder confrontar seus valores sempre questionáveis, expandindo sua consciência gradativamente, explorando seu interior escuro; pois é nas cavernas de sua ignorância que vai encontrar a luz de seu inconsciente, parte de si ignorada e que, deixando de ser, descobre quem é, e por esse caminho deixa de ser escravo e de escravizar, não se submetendo mais à manipulação social ou não mais à pratica(....)” AGENOR F. VETTORE, psicólogo


por Flávia Carvalho

sexta-feira, outubro 26, 2007

DE VOLTA PRA CASA!

Meus queridos e amigos leitores,

Em primeiro lugar quero pedir desculpas por ter ficado tanto tempo afastada da minha “casa”, ou melhor, da nossa CASA. Mas como já até escrevi certa vez, A VIDA PEDE PAUSAS... E esse foi um momento de pausa em minha vida. Pausa para muitas reflexões, muitas descobertas, muitas mudanças. Enfim, pausa para pensar e repensar a minha vida. O resultado disso: Uma mudança muito radical! Com o tempo vocês irão saber. E como tudo que é radical assusta.... assustei! E muito. Mas resolvi arriscar. E como todo bom filho à casa retorna, aqui estou eu! De volta e aos poucos tentando colocar a casa em ordem. Um grande beijo,

Flavinha

quinta-feira, agosto 23, 2007

LOUCURA DISFARÇADA DE SANIDADE

“(...)Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio. Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca...”

Ontem li um texto da Martha Medeiros que definiu o amor como uma loucura disfarçada de sanidade. Uma loucura registrada em cartório, mas que, mesmo permitida e oficializada, amedronta a todos. Achei a definição interessante e parei para analisá-la. Por que será que temos tanto medo de amar? E da paixão, será que fugimos também? A minha impressão é de que o amor assusta sim. Mais até do que a paixão. Talvez seja porque é mais fácil se apaixonar do que amar de verdade. E isso pode acontecer porque o amor é mais exigente do que a paixão. Esta é efêmera, não está interessada no amanhã, no futuro... Já o amor não. Este vislumbra a eternidade, a construção de duas vidas a partir de um chamado do coração. E realmente isso dá medo. Eu até arriscaria dizer que a paixão não escolhe, mas o amor sim.
Amar é investir numa relação de olhos abertos, sabendo o que se quer e como se quer, quais são os sonhos e interesses em comum; é respeitar as divergências; é ceder, fazendo de tudo para que a relação cresça e se fortaleça cada vez mais. Paixão é um investimento de risco, geralmente vivida de olhos fechados, por isso tão efêmera. Então por que dizer que o amor é uma loucura? Aqui entra o paradoxo. Ao contrário da paixão, que se agarra ao presente, só mesmo uma ‘loucura sã’ nos faz querer planejar o futuro. Só em ‘insana’ consciência para querermos mudar radicalmente de vida, dividirmos o mesmo teto, os problemas, as famílias, criar filhos e, ainda assim, continuarmos completamente ‘bobos’ por esse alguém. É mágico, é lindo, é sensacional. A paixão é um casamento de corpos, enquanto o amor... O amor é um casamento de almas!

“E que minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade... Também...”

por Flávia Carvalho

terça-feira, julho 17, 2007

QUAL O SENTIDO DA VIDA?

"Estamos sempre nos preparando para viver e não vivemos." (RALPH WALDO EMERSON)

Uns acreditam que estamos aqui de passagem, outros acham que nada existe além deste mundo; alguns costumam dizer que o amor é o que dá sentido à vida, outros crêem em um Deus que deve ser seguido como forma de se alcançar a eternidade. Parece que a vida sempre tem um sentido. Mas faça essa pergunta para alguém que está preso a uma cama, doente, sem perspectivas de cura. Qual será o sentido da vida para ele? Há alguns dias, assisti a um filme que abordava fortemente essa questão. Todos têm, ou acreditam ter, uma opinião formada sobre a vida, sobre a morte, sobre o universo. A minha impressão é de que as pessoas querem sempre ir mais além. Não que eu ache isso uma atitude errada, afinal de contas, todo ser humano, num determinado momento da vida, vai se fazer as inquietantes perguntas: De onde viemos? Para onde vamos? Qual nosso papel neste mundo?

Questionar, buscar alternativas, conhecer vários caminhos. Tudo isso é valido! Apenas discordo quando esta se torna a grande “razão” de viver, ou quando se deixa de viver em razão de tais questionamentos. Existem muitas pessoas que se preocupam tanto em descobrir o que foram, de onde vieram ou para onde irão, que acabam se esquecendo do principal: o “aqui” e o “agora”. No filme, essa pergunta foi feita a grandes personalidades, verdadeiros ícones como Deepak Chopra, Mantak Chia, Thich Nhat Hahn, Riane Eislerda, entre outros. O interessante é que a primeira atitude, diante de tal questionamento, foi o silêncio. Será que realmente alguém sabe qual o sentido da vida? Definitivamente, eu penso que essa é uma pergunta sem resposta. Na nossa sociedade ‘humanística’, as pessoas vivem atrás de propósitos, razões, achando que neles encontrarão as respostas. Eu acredito que o sentido é algo que nós, ‘simples’ e ‘complicados’ humanos, devemos dar à vida. E ao invés de questionarmos os porquês, ou se a eternidade existe de fato, deveríamos realmente viver o aqui e o agora, fazendo deste AGORA, um momento eterno... enquanto ele durar!

"A vida não acontece para nós, ela acontece a partir de nós."(Mike Wickett)

por Flávia Carvalho

segunda-feira, junho 18, 2007

PERFEIÇÃO OU “PERFICÇÃO”?

Por que será que ainda existem pessoas que insistem em querer alguém perfeito? Não há sensação mais irritante do que você sentir que está sendo posto à prova o tempo inteiro. Essa sensação de ter que pisar em ovos, com medo do que vai falar, com medo do que vai sentir, com medo de agir porque aquelas perguntinhas ordinárias ficam ecoando na mente: “Será que ele(a) ficou chateada com o que eu disse?” “Será que ela(e) não gostou da minha atitude?” “Será que eu estou me esforçando para corresponder às expectativas dele(a)?” Será? Será? Será? Chega! É hora de dar um basta nessa situação. Quem cria as expectativas é você e não o outro. É você que alimenta ilusões. O amor que se idealiza é um amor fantasioso. Muitas vezes criamos tantas expectativas em cima de um “alguém” que pode ser tudo, menos real. Afinal de contas, você se apaixona pelo que as pessoas são ou pelo que você quer que elas sejam? Pode estar acontecendo uma competição acirrada e desleal entre o “ser” tão sonhado e a pessoa que você tem ao seu lado. Pense e reflita.

Quem fantasia demais nunca vai conseguir se realizar emocionalmente porque quanto mais buscar a perfeição, mais se afastará da realidade e, consequentemente, das pessoas. Esse ideal de relacionamento ou de amor só existe na imaginação. O mundo dos sonhos é maravilhoso, mas não podemos viver nele o tempo inteiro. A realidade é outra. As pessoas erram, caem, arrependem-se, levantam-se. Pode até ser que você discorde de mim e diga que encontrou alguém perfeito! Parabéns, mas eu continuo duvidando de que você vá encontrar alguém que corresponda exatamente a tudo aquilo que sempre sonhou. Esse alguém mega, ultra e super maravilhoso não vai estar sempre de bom humor nem será sempre tão compreensivo com seus defeitos. Um dia ele pode e vai errar. Assim como você também. Eu acredito muito no amor. Mas acredito no amor maduro e não idealizado. O amor maduro é exatamente aquele em que se ama a pessoa pelo que ela é, com seus defeitos e qualidades, e não pelo que se gostaria que ela fosse. No dicionário, PERFEITO quer dizer isento de defeitos. Quem nesse mundo não tem defeitos? Pior do que acreditar em alguém perfeito é exigir do outro, algo que nem você mesmo chega perto. Pense nisso!

por Flávia Carvalho

sábado, junho 02, 2007

"O HOMEM É CONDENADO A SER LIVRE"

“É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz”

O paradoxo de idéias lançado por essa afirmação de Jean Paul Sartre enfatiza o peso da responsabilidade de sermos livres. Quanto mais livres, mais atormentados! Parece que o homem está se tornando cada vez mais fraco e refém de sua própria liberdade. Refém porque, ao se deparar com a liberdade, o ser humano se angustia, fica com medo, já que ela - a liberdade - implica escolhas. E só o próprio homem poderá fazê-las. Às vezes seria melhor optar por não escolher. Por isso que alguns preferem permanecer calados e, dessa forma, acreditam que não foram obrigados a optar. Tolice! Até o fato de não agir já é uma escolha; ou seja, estamos escolhendo o tempo inteiro. Não há como fugir. A escolha de adiar os riscos, pensando que assim podem-se evitar erros, culpas ou sofrimentos, talvez acabe adiando apenas a sua própria existência. E como resultado disso teremos um bando de pessoas cada vez mais fracas, individualistas, infelizes e com menos capacidade para amar, pois o amor também é uma escolha. A sociedade contemporânea vem carregando esse peso. Mas, ao que me parece, não o tem suportado bem.

Liberdade é o que todos querem; ou melhor, o que todos dizem querer! Mas, ao mesmo tempo, não conseguem viver com ela. A liberdade assusta! Muitos costumam dizer que antigamente era mais fácil; que a vida era mais simples; que as coisas aconteciam de maneira mais “certa”; que as pessoas eram menos complicadas... Mas o que mudou? Talvez para as gerações passadas fosse mais fácil porque, na maioria das vezes, os outros é que faziam as escolhas por nós. E seguir ordens é mais cômodo, não requer tanto esforço emocional. As pessoas faziam apenas o que lhes era dito e tudo estava resolvido. Assim realmente fica mais fácil. Arriscar-se, procurando ser autêntico e respeitando seus sentimentos, é uma tarefa árdua. Mas nenhum ser humano nasce pronto. Tudo vai depender de nós! Há uma frase de Sartre que diz o seguinte: “O importante não é o que fazem de nós, mas o que nós próprios fazemos daquilo que fazem de nós.” Então não adianta ficar de braços cruzados reclamando, porque a vida não pode e não vai nos dar mais do que aquilo que escolhemos buscar. Claro que dar um passo adiante é assustador e intimida. Assusta porque carrega, no seu todo, rompimentos e decisões que nem sempre temos certeza de que serão boas. E o medo de sofrer acaba nos impedindo de viver. Talvez seja esse medo que leva tantas pessoas a persistirem no erro por tempo indeterminado. Mas e aí, o que resta afinal? Na minha opinião são dois os comportamentos possíveis e, mais uma vez, caberá a nós esta escolha: ou caímos numa inércia de alma quase equivalente à morte, ou nos atiramos de cabeça neste abismo profundo e misterioso que é a vida!

“Liberdade! Essa palavra que o sonho humano alimenta; que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” (CECÍLIA MEIRELES)




por Flávia Carvalho

segunda-feira, maio 14, 2007

DE SALVADOR À VÍTIMA

“Ninguém pode se sentir seguro com a realidade externa, por que ela é insegura por natureza. A pessoa insegura é aquela que está constantemente buscando controlar a realidade externa para torná-la segura. A pessoa segura é aquela que aceita a sua insegurança.” (BEL CESAR)

Muitas vezes dedicamos nosso tempo em favor de outra pessoa achando que estamos fazendo o bem ao ajudá-la e não percebemos que essa ajuda pode ser, na verdade, uma fuga. Isso mesmo: Uma fuga em exercer responsabilidade sobre nossas próprias vidas. Afinal de contas, é mais fácil cuidar do outro e ajudá-lo, do que a nós mesmos. Isso tem um nome: co-dependência. E co-dependente não é somente aquele que se sente dependente; é também aquele que coloca outra pessoa como dependente e a vida de um passa a girar em torno do outro. É como se você transferisse suas dificuldades e seus anseios ao outro. E é aí que entram algumas relações doentias, não só entre homens e mulheres, mas também entre amigos e entre familiares. São pessoas que nos fazem mal, nos roubam energia, mas, ainda assim, não conseguimos afastá-las do nosso convívio. Os co-dependentes fazem uma espécie de marcação “cerrada” sobre o outro porque acreditam que são responsáveis pela felicidade daquela pessoa que está sendo controlada. Podemos chamá-los de “dependentes emocionais” que, muitas vezes, acabam perdendo sua identidade, já que tentam viver a vida do outro.

Arrisco dizer que um co-dependente vive nos extremos; ora é o grande salvador que está disposto a resolver o problema de todos; ora é a grande vítima quando as coisas não saem exatamente como queria. Na verdade, a ajuda é vista mais como uma recompensa do que como uma troca; os conselhos acabam se tornando imposições e aquele favor certamente será cobrado do outro como se ele tivesse a obrigação de retribuí-lo. Claro que você pode dar conselhos a uma amiga desesperada ou a um amigo aflito. Ajuda saudável de troca é válida sim. Mas essa ajuda é gratuita. Eu me refiro a um outro tipo. Aquela ajuda doentia, castradora, em que um dá e outro “suga”. Insistir em ajudar quem não quer ser ajudado é um bom exemplo disso. Não queira carregar o mundo nas costas. Deixe de querer cuidar tanto dos outros e cuide mais de você mesmo. Ande com suas próprias pernas e reassuma sua vida. Entenda que cada um é responsável pela própria felicidade ou infelicidade! Faça sua parte e pronto. Se a pessoa não quiser escutar ou continuar insistindo no erro, deixe que ela pague o preço de sua escolha. Valorizar alguém que não se valoriza é como ficar andando em círculos: a distância percorrida será grande e o cansaço também, mas o esforço não valerá a pena porque, ao final, apesar da distância percorrida, você não terá saído do lugar!



por Flávia Carvalho

sexta-feira, maio 04, 2007

E NO MEIO DE TANTA GENTE EU ENCONTREI VOCÊ....

(...)entre tanta gente chata sem nenhuma graça, você veio. Por isso não vá embora, não me deixe nunca nunca mais (...)

Certa vez me perguntaram como seria a pessoa ideal para mim. E eu fiquei pensando, imaginando... Acredito que seja alguém que não apenas ache, mas tenha certeza do que quer; alguém que diga ‘eu quero’, em vez de ‘eu queria’; alguém que me acrescente como pessoa, mas que tenha gostos e vontades próprias também; alguém que diga SIM de todo coração, mas que saiba dizer NÃO, quando for de sua vontade; alguém que ME respeite; alguém que SE respeite; alguém em quem eu pense assim que tocar uma música romântica, mesmo que nunca a tenhamos escutado juntos; alguém com quem eu tenha vontade de dormir e acordar todos os dias da minha vida; alguém que me paparique e me encha de mimos em meus momentos carentes, mas que puxe minhas orelhas quando eu não estiver agindo certo; alguém que me ligue e diga “estou com saudades” mesmo que tenhamos acabado de nos ver; alguém que eu possa colocar no meu colo e acalmar quando algum problema incomoda, mas que eu também possa chorar em seu ombro quando precisar; alguém com quem eu troque confidências e experiências; alguém que me ensine; alguém que aprenda comigo; alguém com quem eu compartilhe não só felicidade e alegrias, mas as tristezas, dúvidas e incertezas da vida também; alguém que entenda o que penso com um simples olhar, ou que até compreenda o que nem eu mesma consigo compreender; alguém que saiba conversar sem palavras; alguém que me escute em silêncio; alguém que queira apenas amar; alguém que simplesmente me ame e que cuide desse amor, seja como for. Enfim, alguém que me encontre no meio de tanta gente; de tanta gente chata, sem nenhuma graça e que preencha o lugar que sempre esteve à sua espera....


por Flávia Carvalho

terça-feira, abril 24, 2007

“FICAR VELHO É OBRIGATÓRIO, CRESCER É OPCIONAL”

Coincidentemente hoje li essa frase. Uma espécie de filme passou pela minha cabeça, afinal de contas, lá se vai mais um ano da minha vida. Dizem que antes dos 30 as coisas são diferentes. E eu cansei de escutar que depois dos 30 eu ia sentir essa diferença. Mas a frase acima me fez refletir que a idade realmente não importa, pois há quem faça 30 anos aos 20, outros que façam aos 45 e até aqueles que nunca farão 30 anos, porque o crescimento é realmente opcional e não são todos que estão dispostos a crescer. Por isso que hoje quando alguém vem me falar que depois dos 30 não pode isso, ou é melhor aquilo, blah,blah,blah.... eu simplesmente CALO, porque a única coisa que sei é que depois dos 30... vêm os 31!

Amanhã é meu aniversário! E independentemente de idade, o que posso dizer é que, com o passar dos anos, muitas das minhas ilusões amadureceram, outras se dissiparam; novos objetivos foram conquistados, outros foram deixados de lado; ganhei experiência, experimentei paixões, vivi amores, criei novas amizades e realizei muitos sonhos. Sei que a cada ano mais uma porta se abre diante dos meus olhos. E eu não tenho medo de abri-la. Sei que a vida guarda surpresas. Mas eu quero continuar a ser curiosa e tentar abraçá-las; todas. Não quero ter medo de machucar meus pés num terreno novo. Quero correr o risco. E sei que ainda vou correr, vários... Mas tenho certeza de que do outro lado da porta o que espera por mim é maravilhoso. Posso até ter envelhecido, mas tenho plena certeza de que cresci e vou continuar crescendo, sempre... Afinal de contas, a velhice pode ser inevitável, mas o crescimento é definitivamente opcional!


por Flávia Carvalho

quinta-feira, abril 12, 2007

DESENROLE!!

"(...) o que quer que você possa fazer, ou sonha que possa, faça-o. A coragem contém em si mesma a força e a magia." (Goethe)

Já pensaram, já falaram e até música já fizeram: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". De uns tempos pra cá vem se consolidando, cada vez mais, uma nova modalidade de relacionamento: o ROLO! Quem será que nunca ouviu essa palavrinha? Quantos não tiveram ou têm um ‘rolinho’? A pessoa pode ter um, dois, três ou mais rolos ao mesmo tempo. Dificilmente se apaixona por algum deles, mas pode acontecer. O que importa nesse tipo de relação é a companhia, o ‘no-stress’; nada de cobranças, cada um no seu canto; se não ligar não importa, afinal de contas, não é namoro. E assim vivem milhares de seres ‘humanos’ mantendo a ilusão de que não estão sós. É normal ter rolos hoje em dia. Parece que anormal é quem não os têm. É a realidade na qual estamos vivendo. Mas, mesmo assim, tenho lá minhas dúvidas de que a ‘real’ seja bem essa. Caso contrário, os sets terapêuticos não estariam cada vez mais disputados, as igrejas cada vez mais lotadas de jovens, os anti-depressivos e ansiolíticos sendo cada vez mais facilmente vendidos por aí. Fica claro que essa realidade aparentemente ‘normal’ não é tão salutar assim.

Ninguém é de ninguém? Eu sou de todo mundo? Todo mundo é meu? Não concordo com isso. Não sou e não posso ser de ninguém porque não sou objeto. Somos pessoas. Estão querendo nos transformar em coisas. Sentimentos estão sendo colocados de lado. Desejos estão sendo esquecidos. Sonhos estão sendo ‘acordados’. Por que precisamos nos convencer e provar aos outros o tempo inteiro que temos uma autoconfiança e uma auto-estima indestrutíveis? Muitos se mostram seguros, cheios de certeza, quase inatingíveis. Muitos vestem máscaras e morrem de medo de mostrar o que realmente são por medo de assim não conseguirem atrair alguém. E isso pra mim é um total desrespeito; não com o outro, mas com nós mesmos! Apesar de vivermos em um mundo inconstante, rápido e mutante, nosso coração não funciona assim. Gostamos de respostas, queremos satisfações. Precisamos de acalento, de paz, de mimos, de aconchego; enfim, precisamos de amor. E o amor não segue esse ritmo frenético que a modernidade tenta impor. Se não pararmos para refletir sobre quais são nossos valores, se realmente estamos indo DE encontro a eles ou AO encontro deles, estaremos cada vez mais suscetíveis, perdidos e, por que não dizer, vazios... Você pode até ter vários rolos, ser de todo mundo, mas enquanto não souber respeitar e viver seus sentimentos vai continuar só; porque a desconsideração de nossos valores e sentimentos representam a ausência de nós mesmos. E essa, meus amigos, ninguém conseguirá suprir!

por Flávia Carvalho

terça-feira, março 20, 2007

VOCÊ QUER OU VOCÊ QUERIA?

“(...) a maior dádiva de Deus não são os milagres que te salvam no ultimo segundo antes de caires no abismo, mas os momentos de sabedoria que evitam que precises de um milagre para seres salvo.” (ANDROS)

Quando você tem um sonho ou um desejo muito forte, você costuma dizer; eu queria muito trabalhar naquele lugar, ou você diz; eu quero trabalhar nesta empresa? Eu queria muito namorar fulano ou Eu quero me casar com fulana? PARE. PENSE. REFLITA. Existe no Universo uma força muito grande que tem o poder de realizar as coisas. Essa força está à nossa disposição e, muitas vezes, não nos damos conta dela. É a força do pensamento. Esse antigo princípio da física quântica começa a ser explicado e entendido. O pensamento é a vibração da consciência. Cada pensamento emite uma vibração energética, como se fosse um ímã, atraindo aquilo que se deseja. Por várias vezes já vi pessoas sem vontade de lutar, sem vontade de viver porque acreditam que a vida acabou. E, realmente, se for esse o pensamento, a vida simplesmente acabou! Alguns recorrem a Deus, o que é muito válido, por se tratar de uma força maior. Mas não adianta ficar rezando, rezando e continuar de braços cruzados. Foi para isso que o próprio Deus nos deu o livre arbítrio. Para que façamos as nossas escolhas. A fé é realmente uma dádiva. Só que a fé sem ação torna-se vazia. Além de crer, é preciso agir também. Por isso, muitos dizem que rezam, ralam os joelhos nas igrejas, fazem milhões de promessas e a resposta é quase sempre o silêncio. Outros se conformam dizendo que é o seu ‘carma’, sua ‘cruz’, ou até mesmo a vontade do PAI. E ainda há aqueles que culpam Deus por tudo de ruim que está acontecendo. Coitado de Deus. De que adianta cruzar os braços esperando uma resposta divina se você nada fizer para que isso aconteça?

Por mais que tenha fé em Deus é preciso ter uma outra coisinha fundamental: o ânimo! Ânimo não tem a ver só com alegria, felicidade e euforia não. É fácil ter fé ou estar animado quando coisas boas acontecem. Difícil mesmo é conseguir levantar-se da queda quando esta foi grande demais. Mas é possível. E é aí que entra a força do pensamento. Uma pessoa que aprende a direcionar e utilizar seus pensamentos é capaz de criar e desvanecer situações, por piores que possam parecer. E é o ânimo que vai alimentar a sua fé; é ele que vai fazer com que você descruze os braços e estenda suas mãos a Deus em vez de apenas deixar tudo nas mãos Dele. O universo, assim como Deus, conspira a seu favor, mas você deve fazer a sua parte também. Ou você acha que se quiser muito passar num concurso, por exemplo, e ficar só rezando você vai conseguir? Claro que não. Já dizia o ditado: Deus ajuda quem cedo madruga. Então, pense positivo e estude. Outro exemplo é quando você quer muito conquistar alguém e reza, faz simpatia, faz promessa, faz novena pra Santo Antônio, São José, e todos os santos do mundo, mas não obtém resposta. É claro que não vai obter. O pensamento gera sentimentos que provocam decisões que devem levar a ATITUDES! Então volto às minhas perguntinhas iniciais: Você diz EU QUERO, como se já sentisse algo seu, ou EU QUERIA, como se este mesmo algo estivesse tão distante, dando-se por vencido antes de tentar? Querer é futuro do presente, nasce do agora e se projeta para um depois. Queria é futuro do pretérito. E pretérito é passado. Ou seja, quem queria, não quer nada mesmo, pois sua vontade ficou pra trás e seu desejo morreu logo que nasceu!

“Se você pensa que pode ou se você pensa que não pode, de alguma maneira você está certo” (HENRY FORD)

por Flávia Carvalho

quarta-feira, março 07, 2007

...E DEUS CRIOU A MULHER...

Todas nós temos um sonho. E nem sempre é um daqueles sonhos tão nobres por um mundo melhor, de paz e sem violência. Não. Muitas vezes são sonhos que parecem pequeninos, como uma casinha e um amor, um carinho e uma flor. Mesmo assim, são sonhos, dos quais nunca devemos abrir mão. Sei que ainda temos muito o que caminhar, mas, mesmo comprimidas entre uma educação rígida e os braços de um feminismo que mal entendemos e praticamos, nós estamos conseguindo romper um ciclo. Estamos conseguindo entender que masculino e feminino são atributos complementares da alma humana. Nem piores, nem melhores; nem mais, nem menos; apenas enlaçados e essenciais. Eis a minha homenagem a todas as mulheres que fizeram, fazem e farão, de alguma forma, parte da minha vida!

Quando quer fazer alguma mudança radical em sua vida, começa pelo corte de cabelo. Vive tentando fazer dietas; difícil mesmo é resistir aos chocolates. Mas quando termina um relacionamento é capaz de passar três dias sem comer e mais algumas semanas só de líquidos, enquanto durar a tristeza. Chora por ter estourado o limite do cartão de crédito em menos de uma hora de “shoppingterapia”. Mas, depois de cinco minutos, abre um gostoso sorriso quando veste aquela calça tamanho ‘p’ que acabou de comprar. Já limpou sua poupança para ficar com aquele corpinho sarado. Mas também já vendeu tudo que tinha para ajudar uma amiga que estava precisando. Ela deseja independência, sucesso profissional e reconhecimento. Mas não abre mão do cinema e da pipoca, nem do aconchego de dormir de ‘conchinha’ com o amado. Toda mulher sabe que no fundo de si mesma moram muitas outras. Ora poderosas como rainhas, ora frágeis como uma flor; algumas velhas, outras muito jovens; umas maduras, outras infantis. Elas querem apenas a certeza de que, apesar das suas renúncias e loucuras, alguém as valoriza pelo que são e não pelo que têm. E o maior de todos os seus desejos talvez seja um homem comum que ame-as intensamente e seja capaz de fazer loucuras por esse amor. Realmente nem Freud, nem ninguém, nunca vai compreender ou explicar este maravilhoso “ser” criado por Deus que, mesmo em meio à dura realidade da vida, não perde seu romantismo. Alguém que, apesar de tudo, consegue viver! E este "apesar de tudo" cobre o infinito. Viva a mulher! Comemore a maravilha de ser VOCÊ! Não somente hoje, mas, todos os dias, todas as horas, todos os minutos e todos os segundos... Porque a mulher será sempre MULHER, mas ninguém nunca será igual a você!

por Flávia Carvalho

terça-feira, fevereiro 27, 2007

"ME ENGANA QUE EU GOSTO"

Você é do tipo “me engana que eu gosto?”. Bom, dificilmente alguém vai responder ‘sim’ a essa pergunta. Mas, muitas pessoas andam vivendo determinadas situações que se encaixam perfeitamente nesse cliché. Existe uma absurda diferença entre o que você sente e o que você faz para não desagradar seu parceiro. Quando eu falo que no amor devemos ser compreensivos e renunciar a certos comportamentos, não quero dizer que você precisa ficar engolindo sapos com um lindo sorriso estampado no rosto para tudo que seu amado ou sua amada faz. Há uma linha bastante tênue que deve ser observada neste ponto. O ser humano parece que gosta de se auto-enganar o tempo inteiro. Vive inventando desculpas fajutas para tudo. E o que é pior, acredita, ele mesmo, em suas mentirinhas parciais, ou como costumam dizer, em suas meias verdades!
É preciso amadurecimento e auto-percepção para notar a diferença entre ser humilde e ser humilhado numa relação. Ser humilde é ser nem mais e nem menos do que se é. É compreender o outro e colocar-se no lugar dele quando a situação está difícil. É doar-se. É entregar-se aberta e espontaneamente; sem máscaras, sem disfarces, sem medos. Humilhar-se é ficar sempre em segundo plano para não perder o “amor da sua vida”. É ignorar seus próprios sentimentos. É fingir que tudo está bem quando na verdade não está. É acreditar nas mentiras dele(a), e até nas suas próprias, criando um relacionamento que só existe mesmo na imaginação. E isso, na minha opinião, é a maior bobagem que alguém pode fazer. Só atesta o papel cada vez menor do afeto nas relações amorosas contemporâneas. Afinal de contas você é namorado(a), esposo(a) ou serviçal?

Mais uma vez eu pergunto: Por quê? Por que as pessoas insistem em viver relacionamentos superficiais? Por que as pessoas insistem em viver mentiras? Pelo simples medo de ficarem sós? É. Talvez seja isso. O temido fantasma da solidão. É uma pena que ainda existam homens e mulheres que se prestam a esses papéis. Pessoas que não desejam realmente profundidade e seriedade alguma nos seus relacionamentos. Preferem a superficialidade, porque assim é mais “fácil”. Pena que essas pessoas não se dão conta de que, mesmo com alguém, elas continuarão sozinhas. E é a pior solidão, por se tratar não da ausência de outros, mas delas mesmas. Quanto mais incoerente e contraditório, melhor! Aquele bendito e célebre adágio, antes só do que mal acompanhado, está dando lugar a um deplorável e lúgubre ditado: ruim com ele(a), pior sem ele(a). Logo, meus caros, parece que o certo agora é: antes mal acompanhado do que só. LASTIMÁVEL!

por Flávia Carvalho

terça-feira, fevereiro 20, 2007

TE AMO, TCHAU!

“(...)Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta. Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!” (ARNALDO JABOR)

”Daqui a pouco falo com você, te amo, tchau!”. “Te amo, tchau????” Hoje em dia parece que as pessoas falam ‘Eu te amo’ com a mesma facilidade de um bom dia, boa tarde, me passa o sal, com licença, etc... Essas três palavrinhas mágicas que, na minha opinião, deveriam ser ditas em momentos cruciais, tornaram-se banais, algo dito às vezes sem o menor sentimento, como se fosse apenas força do hábito ou porque deveria ser a coisa a se dizer naquele determinado momento. Talvez isso aconteça porque realmente são raros os que amam de verdade. Muitos não sabem sequer o que é amor. Conhecem alguém e depois de alguns dias é eu te amo pra cá, eu te amo pra lá... Essa frase virou figurinha fácil no álbum da vida. Na falta do que dizer, diz-se eu te amo, assim mesmo, meio truncado, meio débil, meio compelido. Até mesmo o silêncio, muitas vezes, é melhor do que palavras simplesmente jogadas sem a menor intenção. Um gesto, um jeito de olhar, um jeito de tocar podem significar muito mais. Não vamos deixar que o real significado dessa declaração se perca. O Eu te amo verdadeiro deve brotar espontaneamente, deve vir da alma. Mais do que falado e ouvido, deve ser sentido. De palavras, os livros estão cheios. Nas relações humanas, no amor, na vida, palavras apenas não bastam. É preciso viver! E viver não se trata de falar, mas de sentir. Vamos amar por opção, nunca por obrigação!

“Não tens que me prometer a lua... Basta que te sentes comigo embaixo dela por um momento!”

por Flávia Carvalho

terça-feira, fevereiro 13, 2007

UM DIA A FICHA, ENFIM, CAI!

“...quando a ‘ficha cai’, é como se algemas se abrissem, cordas se desamarrassem, correntes se desenlaçassem: livres, enfim, estamos livres! Tornamo-nos libertos de uma mentira que contamos a nós mesmos”

Terminar relacionamentos não é nada fácil. Aliás, parece sempre mais cômodo continuar vivendo uma ilusão por acreditar que um dia as coisas vão melhorar! É triste, mas é a realidade de grande parte das pessoas. Eu acredito que para tudo nessa vida há um limite. E até para o amor, ou melhor, para o ‘amar’. Por que continuar amando uma pessoa que não quer estar ao seu lado? Que diz que te “ama”, mas não consegue superar os problemas? Eu me pergunto. Isso é amor? Será que essa pessoa realmente te ama de verdade? Não pode ser. E continuar insistindo em algo assim é insano, não faz o menor sentido. É como se quiséssemos manter viva uma planta cuja raiz já foi arrancada. Impossível. Uma flor pode até murchar e nascer de novo. Mas isso acontece porque a semente dela nunca morreu, continua ali, basta ser regada que a flor voltará a desabrochar. Mas quando a raiz é arrancada, aí meus amigos, infelizmente não há mais solução.

O mesmo acontece nos relacionamentos. Quando um dos dois desiste... É o fim! Porque para se construir um relacionamento não basta um só coração. Por maior que seja a dor do rompimento, ele se faz necessário. Certa vez li um texto que o título era: “não precisa ser pra sempre, mas tem que ser até o fim.” Se você já fez de tudo, já se encheu de forças e coragem para lutar por essa pessoa, insistiu e desistiu, já voltou a insistir acreditando que era pra sempre, enfim, amou de todas as formas e com toda a intensidade e o outro não teve a mesma disposição de lutar, é porque essa história chegou ao fim. E por mais que seja difícil aceitar e tomar a decisão, é preciso colocar um ponto final. Eu sei que não é nada fácil. Dói muito, dói demais. É uma dor indescritível. E cada um tem seu tempo. Mas é preciso decidir, lá dentro, que você não quer mais essa dor. E parando de alimentar esse amor, a dor desaparece. Não adianta dar conselhos, não adianta ler livros de ajuda, textos ou qualquer outra coisa. A ficha tem que cair. E a única pessoa que vai saber quando isso acontecer é você, ninguém mais. Isso pode levar dias, meses ou até anos, mas, um dia, eu sei que a ficha finalmente cai. Volto a repetir: Não é nada fácil entender que chegou ao fim. Mas sei que é possível. Só depende de você e de suas escolhas. O universo sempre conspira em nosso favor e nos traz aquilo que acreditamos merecer. Por isso, é importante nos amarmos e nos valorizarmos para recebermos de braços abertos o que a vida tem para nos oferecer.

“Percebemos, felizmente, que o caminho por onde andávamos não nos levaria a lugar algum. E, de repente, a gente desperta, como quem sai de um sonho confuso e angustiante: acordamos!” (ROSANA BRAGA)

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

01 ANO DE BLOG

"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." (CLARICE LISPECTOR)


É claro que eu não poderia deixar passar em branco aquele famoso post: 01 ANO DE BLOG! Isso mesmo, SIMPLESMENTE FLAVIA completa 01 aninho hoje. Confesso que nesses 12 meses de “vida” conheci muita gente legal, fiz amigos queridos, perdi tempo pensando em que escrever, me irritei com a mania que certas pessoas têm de se meterem na minha vida, tive mais motivação para escrever meu livro, enfim, fui fazendo de tudo um pouco e levando carinho, afeto, questionamentos e reflexões aos que, por aqui, passaram. Uns gostam do que lêem, outros não. Uns criticam, outros elogiam. Uns se disseram meus fãs, outros me acharam uma chata e até já me xingaram. Tudo bem, longe de mim a pretensão de agradar a todos... O importante é que este cantinho aqui virou uma espécie de ‘set’ ou divã, quem sabe, pois me permitiu escrever pensamentos, idéias e reflexões. Pude trocar opiniões e compartilhar alguns temas importantes na vida de todos nós: afetos, sonhos, relações, dúvidas, incertezas.


Há um famoso ditado que diz: “para que você possa cumprir o seu papel na Terra você tem três grandes missões a cumprir: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho...” O primeiro deles fiz quando criança. O filho é fácil e ainda virá com certeza! O terceiro, talvez o mais difícil, já comecei a colocar em prática por aqui. A idéia de publicar um livro sempre esteve em minha cabeça, a vontade nunca me abandonou, então quem sabe este blog não seja o rascunho real do que antes não passava apenas de um sonho... Nesta espécie de divã eu já extravasei minha raiva e indignação, mas também já descrevi momentos especiais. Já falei de mágoa, mas já exaltei o perdão. Já falei de amor. Já senti o amor. Enfim, já falei demais de mim neste ‘set’. Já me expus bastante. Já me calei e quis parar. Mas, mesmo em silêncio, continuei e aqui estou eu: escrevendo, lendo, escrevendo mais um pouquinho, lendo de novo... E que seja eterno enquanto dure, ou melhor, como diz o título de um dos meus textos... “QUE DURE ENQUANTO FOR ETERNO….”

por Flávia Carvalho

quarta-feira, janeiro 31, 2007

SAUDADE

Hoje, 30 de janeiro, é comemorado o Dia Nacional da Saudade. Nem eu sabia que existia um dia para se comemorar sentimentos. Geralmente os dias são para comemorar pessoas: dia dos pais, dia das mães, dia dos namorados, dia das crianças. Não seria mais apropriado então comemorarmos o dia do saudosista? Sei lá, já que as pessoas decidem colocar dia pra tudo nessa vida, este não poderia ficar de fora então. Mas o que devemos desejar às pessoas? Será que devemos dizer “Feliz Saudade”? Bom, acho que não seria o mais indicado. Por não se tratar de uma data muito normal de ser comemorada com festividades, acho que o melhor a ser feito deva ser SENTIR. E sentir saudades é muito bom, é aquela vontade que vem de repente de querer um retorno, de querer viver novamente algo que foi mágico. É sentir que realmente valeu a pena viver o momento. Comemoremos então esse dia com sentimentos. Sinta saudade! Seja alegre ou seja triste, o importante é colocar pra fora a saudade que está em seu coração. Saudade de um momento bom da infância, saudade dos amigos, saudade dos parentes que moram longe, saudade de um amor, saudade de alguém que já se foi, saudade de instantes que ficaram marcados para sempre em seu coração e jamais serão esquecidos. O que é saudade para você? Realmente fica complicado definir algo que simplesmente devemos sentir. Para mim, saudade é isso que eu senti enquanto escrevi esse texto. E acredito que talvez seja também o que você provavelmente está sentindo agora depois que acabou de lê-lo.
por Flávia Carvalho

terça-feira, janeiro 23, 2007

NÃO VÁ PELA CONTRAMÃO!

“Estou convencido das minhas próprias limitações - e esta convicção é minha força...”(Gandhi)

Já escrevi muito sobre auto-estima, amor próprio, sobre a busca constante do crescimento interior. Mas, infelizmente, algumas pessoas costumam confundir esses conceitos com ‘individualismo’ e egoísmo. Ao mesmo tempo em que estão impulsionadas pela vontade de se gostarem mais, as pessoas podem criar um estado de tamanha supervalorização interior onde não haverá espaço para mais ninguém. É como se ela mesma se bastasse e não precisasse do outro para nada, ou que nenhuma pessoa seria boa o suficiente para estar ao seu lado. Amar a si próprio é importante sim, mas é preciso ter cautela para que essa idéia não nos tire um sentimento importantíssimo dentro de qualquer tipo de relação: a humildade! Seja com nosso companheiro, seja com os amigos, com os colegas de trabalho, ou no convívio com os outros em geral, a falta de humildade pode destruir qualquer relacionamento. Muitos começam a pensar assim: “Eu sou assim e pronto. Se ele/ela quiser ficar comigo tem que me aceitar como sou...” Devemos tomar muito cuidado com o “me aceitar como sou”. Essa é uma linha bastante tênue. O outro pode amar você como você é, mas não necessariamente tem que aceitar e engolir tudo que você faz.
Relacionamento é troca. É uma via de mão-dupla onde nenhum dos ‘lados’ é perfeito. Nenhum dos lados está certo o tempo todo. É uma espécie de estrada onde podemos testar todos os nossos limites, perceber as nossas ações e reações, acompanhar as curvas ou ir contra elas. Se nos colocarmos como CERTOS e PERFEITOS o tempo inteiro, jamais iremos crescer; amadurecer. E ao invés de levantarmos a nossa auto-estima, vamos construir verdadeiros muros de egoísmo. O individualismo usado como sinônimo de egoísmo, este sim, é daninho. Ele deriva da imaturidade emocional. Em vez de atrair pessoas, você vai acabar afastando-as cada vez mais. A individualidade pode ser positiva, desde que entendida no sentido de que somos seres únicos e diferentes uns dos outros. Muitas vezes o outro erra, mas é importante reconhecer que você também pode estar errado. Isso é respeito! Procure aprender com as experiências: suas e dos outros também. Todos nós precisamos das pessoas. Essa troca é importante. Precisamos ser humildes. E humildade não é sinônimo de fraqueza ou de humilhação como muitos pensam. É reconhecer que ninguém é melhor do que ninguém. É reconhecer que ser superior ao outro não tem nada de nobre, muito pelo contrário, a verdadeira nobreza está em sermos superiores a nós mesmos, em sermos superiores ao que éramos antes.

por Flávia Carvalho

terça-feira, janeiro 16, 2007

E SÓ NOS RESTAM LEMBRANÇAS...

“...porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...” (OSWALDO MONTENEGRO)

O que são lembranças? As lembranças são as únicas coisas realmente nossas na vida. Também são as únicas coisas que ninguém pode nos tirar jamais. Ainda me lembro do primeiro beijo, aquele medo de não saber o que fazer na hora. Lembro o meu primeiro emprego, o friozinho na barriga que senti. Lembro a primeira decepção com um amigo. Lembro a primeira vez que perdi algo importante. Lembro do primeiro “eu não te amo mais”, mesmo quando o meu coração ainda queria continuar com esse amor. Lembro-me bem do dia em que Deus me levou alguém muito querido. Tudo passa. As lembranças ficam. Sejam tristes, sejam alegres, elas acabam sendo as páginas de nossa biografia. Nós somos e seremos sempre o resultado de tudo que aconteceu. Mas mesmo as lembranças tristes podem ser transformadas em coisas boas. Ao se lembrar de algo ruim, pense que já passou e como foi boa a sensação de alívio que você sentiu. São essas mesmas lembranças que nos mantêm de pé e nos fazem querer seguir em frente. É bom sabermos que apesar de tudo de ruim que nos aconteceu, conseguimos superar e conseguimos sobreviver. O mundo pode te impedir de falar, pode te impedir de escutar, pode até te impedir de calar, mas nunca vai poder te impedir de lembrar! LEMBRE-SE disso.

por Flávia Carvalho

terça-feira, janeiro 02, 2007

VAMOS CONTINUAR?

Início de um novo ano. Nessa época, muitas pessoas têm aquela sensação de pausa e recomeço. É como se a vida desse uma nova chance para terminar o que não foi terminado, falar o que não foi falado, fazer o que não foi feito. Eu mesma, durante muito tempo, senti isso. Hoje, acho essa idéia um tanto cômoda e parcimoniosa. Afinal de contas, o ano apenas virou. É apenas mais um dia. Um dia depois de outro. Essa mania de achar que no próximo ano tudo será diferente, que no dia seguinte as coisas vão melhorar é pura ilusão se a vontade ficar apenas no querer. Isso é o que todos querem, mas não é o que todos buscam. Existem pessoas que se conformam simplesmente em querer mudar, mas não fazem absolutamente nada para isso. Não têm um pingo de coragem de correr atrás dos seus sonhos. Então para essas pessoas sinto informar que, infelizmente, este ano vai ser igual, o ano que vem também, assim como todos os outros, enquanto elas permanecerem iguais.

Hoje não quero pensar em pausa e recomeço. Quero pensar em continuar. Continuar a minha vida, correndo sempre atrás dos meus sonhos, ora acertando, ora errando, mas, sempre, aprendendo. Quero continuar a aceitar as oportunidades que a vida me oferece. Quero continuar transformando os obstáculos em desafios. Quero olhar cada vez mais para dentro de mim, porque assim poderei identificar os pontos que preciso trabalhar para me tornar uma pessoa melhor. Quero gritar quando for preciso e por aquilo que eu preciso. Quero continuar a falar o que penso, mas quero continuar a ouvir. Quero julgar menos e não me importar tanto com o que os outros pensam a meu respeito. É muito fácil apontar o dedo na cara do outro. Parece que essa é uma das características mais marcantes do ser humano: criticar e julgar o tempo inteiro. É bom entender que aqueles que pensam diferente de nós, não estão mais certos nem mais errados, não são melhores nem piores que a gente. Apenas pensam diferente.
Este ano as coisas para você podem melhorar sim. Mas não porque é um ano novo, mas, sim, porque você quer uma vida nova, um sonho novo e vai se permitir sonhar e viver intensamente esse sonho. Então, desejo que você acorde do estado hipnótico que lhe obrigou, durante muito tempo, a engolir verdades, que não as suas, e regras impostas por quem não conhece nada sobre sua alma, seu coração e seus sentimentos. Não importa se é no começo, no meio, ou, no fim do ano que isso vá acontecer. Quando você QUER mudar e se PERMITE a mudança, o tempo passa a ser um mero detalhe. Enfim, quero continuar a minha ‘felicidade’ e quero que você continue a sua, porque felicidade é algo que não se espera, se permite.

por Flávia Carvalho