segunda-feira, maio 29, 2006

MINHA VIDA SEM MIM!

A solidão está muito distante e muito próxima de todos, permitam-me o paradoxo. Porque procuramos sempre fugir, ou pelo menos tentar escapar, de algo que é inerente ao crescimento humano? Sei que ninguém nasceu para viver só, mas é somente na solidão que aprendemos sobre nós mesmos: o que somos, quem somos. E temos receio da solidão porque, quando solitários, somos instigados a ficar em silêncio, a pensar e refletir sobre várias coisas. Refletir sobre o que realmente queremos e desejamos, sobre nossas tristezas, alegrias, sobre sonhos nunca realizados, sobre nossos deslizes, nossas limitações... Por isso que a presença, muitas vezes física apenas, do outro nos dá uma sensação de segurança que coíbe certos questionamentos difíceis, mas muitas vezes fundamentais. Será que eu sou realmente quem eu sonhei um dia? Ou será que eu me tornei ou estou me tornando alguém totalmente diferente da minha essência por medo de ficar só e aprender um pouco mais sobre mim? Tenho certeza de que você deve conhecer alguém que está vivendo um relacionamento com uma pessoa simplesmente porque ela é “boazinha”. Boazinha em que sentido? De que ela não questiona, é fácil de levar, não faz você se questionar e deixa com que você permaneça estagnado? Será que é um relacionamento feliz, que o fará crescer?
Na maioria das vezes colocamos a culpa dos problemas no outro e achamos que o tempo resolve tudo. Nada como um dia após o outro, não é mesmo? Só que o tempo não resolve problemas ignorados. Infeliz aquele que pensa que as dificuldades desaparecerão com o raiar do dia. Um dia aquela união que parecia tão “segura” começa a fragmentar-se, e o que é pior, de dentro pra fora. Para os menos atentos, a relação continuará intacta, mas a estrutura, definitivamente condenada. E a culpa quase nunca está no outro. Quantas pessoas deixam de ser quem são e viver aquilo que têm vontade por que se acomodam em situações assim? Para mim isso só tem um nome: COVARDIA. E depois, de nada adianta reclamar. Tudo bem que a covardia em viver algo verdadeiro pode até nos preservar de sofrimentos repentinos, súbitos, mas também é certo de que essa mesma covardia nos priva da coisa mais extraordinária da vida: a alegria de momentos únicos, inesquecíveis e cheios de fulgor! A solidão me fez acreditar que só existe amor real depois que ela (solidão) se torna uma boa companhia. Só quem se sente bem consigo mesmo pode ter algo a oferecer ao outro. Do contrário, por mais que você esteja com alguém, continuará a sentir-se só e nada, nem ninguém, conseguirá preencher este vazio. Isso remete mais uma vez àquela frase já dita anteriormente: “solidão é ausência de nós mesmos, de ninguém mais!”.
Portanto, cuidado! Escolher alguém que proteja você de si mesmo NÃO é amor: é insensatez!

por Flávia Ferreira

segunda-feira, maio 22, 2006

O TEMPO É AGORA!

“…mais uma vez fica aquela lição que de exaustivamente dita, se torna inaudível. Porém, freqüentemente retorna para dizer o que é a mais pura verdade: ´Viva cada instante como se fosse o último´. Porque este o é! E aí, só nos restam as lembranças.”

Essas palavras de um amigo me levaram a refletir sobre a efemeridade da vida. E essa é, de fato, a primeira grande lição que aprendemos com as perdas: Que tudo é efêmero! O amor, o ódio, a amizade, o tempo, o espaço, inclusive a própria vida. Tudo tem um começo, mas também um fim. Nem que seja na morte, acaba. Portanto, já que a vida é tão efêmera, deveríamos aproveitá-la ao máximo, e AGORA! Só que as pessoas costumam reclamar muito da falta de tempo. Falta tempo pra se conhecer, falta tempo pra conversar, falta tempo pra visitar quem se gosta, falta tempo pra tudo. E assim a vida vai passando. Quem sabe um dia aparece um “tempinho” não é? Será que esse dia vai chegar mesmo? A impressão é de que hoje a grande idéia fixa e “egocêntrica” das pessoas é apenas em trabalhar pra ter dinheiro, em estudar pra ter dinheiro, passar num concurso pra ter dinheiro, ter dinheiro e... ter dinheiro! Dinheiro para comprar uma casa melhor, um carro do ano, uma roupa da moda. Dinheiro para cada dia ter algo novo, algo maior, algo melhor. Algo que ‘encha’ os olhos. Ser rico é a solução? Sendo rico você pode comprar coisas e até algumas pessoas, mas, jamais comprará sentimentos. De que adianta viver com a vida cheia de bens e o coração vazio de amor? Não vale a pena! As coisas foram feitas para serem usadas e as pessoas para serem amadas. Conviver com a família, com os amigos, valorizando as pessoas, são coisas que enchem o coração e engrandecem a alma. Isso, porém, deixou de ser prioridade. Quantos filhos só descobrem o valor dos pais depois que eles morrem? Quantos amigos se vão sem que tenhamos dito o quão importante eles eram para nós?

As perdas são inevitáveis. Mas devemos aprender com elas e tentar resgatar o que ainda pode ser recuperado: sentimentos, relações, histórias... Isso ainda é possível. Pare um pouco e reflita sobre o que você anda fazendo com seus dias, com sua vida! A única perda irrecuperável é a perda de TEMPO. Por isso, o tempo é AGORA!

E VOCÊ, está mais preocupado em ‘encher seus olhos’ ou em ‘encher seu coração’?

por Flávia Ferreira

sexta-feira, maio 12, 2006

O BRILHO DE UMA PÉROLA

“Não habitei teu ventre, mas mergulhei nas entranhas da tua alma. Não fui plasmada do teu sangue, mas alimentei-me do néctar dos teus sonhos...”

Amar um filho de sangue é fácil, já que a própria natureza se encarrega de colocá-lo em seu caminho. Agora, ser mãe genuína de um desconhecido é sublime... É algo que vai muito além do biológico, nasce da alma. Por isso, neste dia tão especial, eu gostaria de homenagear todas as mulheres que não deram à luz, mas, deram ‘VIDA’ a tantos filhos de coração. Filhos dados por DEUS, pois é Ele que, antes de conceber uma criança no ventre de qualquer mulher, já tem na terra o ‘anjo’ que irá recebê-la.

Noves meses se passaram. Foram meses de muita luta! Luta para nascer, luta para viver, luta para sobreviver, enfim, luta pelo direito de ter uma família e de ser muito amada. Este direito não me foi negado. Eu consegui. Nasci! E pelas mãos de DEUS fui levada para uma família maravilhosa onde dois ‘anjos’, ansiosamente, aguardavam por mim. A felicidade deles, naquele momento, foi algo incomparável, pois a espera não foi como numa gestação normal de nove meses, ao contrário, ela durou anos. E naquele dia eu nasci, ou melhor ‘renasci’, da união de duas almas, de dois corações abarrotados de amor. E esses ‘anjos’ decidiram doar tudo de melhor para aquela “pequerrucha” que acabava de chegar, dentro de uma cestinha, como um lindo presente. O tempo foi passando e, com seu jeitinho doce, minha MÃE sempre repetia que eu era a filhinha nascida do coração. Sem muito compreender, eu achava lindo, mas não tinha noção do quão sublime e especial era esse amor, nem da tamanha importância que eu tinha na vida dela. Quando se vive um processo de adoção, aguardando o filho ou a filha do coração chegar, não é a barriga da mulher que cresce como na gravidez. É o coração que aumenta. Ele fica enorme, cheio de amor, só esperando a criança chegar. Minha mãe sempre procurou me falar que, independente da forma como eu tinha vindo ao mundo, DEUS já tinha me escolhido para ela. Lembro-me de algumas vezes, na escola, ouvir comentários de que eu não parecia nem com meu PAI, nem com minha MÃE e aquilo me deixava triste porque, até por ser uma criança, eu não conseguia enxergar além da aparência física. Mas hoje tenho certeza que pareço SIM. E muito!! Minha mãe pode não ter me gerado, mas foi ela quem me deu a vida. Posso não ser fruto da sua hereditariedade, mas fui moldada no valor do seu caráter. Ela que fez de mim uma pessoa íntegra, um ser humano no sentido pleno da palavra. Ela que me ensinou a ter fé em DEUS. Com ela aprendi tudo que sei. Aprendi não só a ter amor, mas aprendi a amar. E aos que me perguntarem agora: Como é saber que você não é filha natural de seus pais? Eu lhes responderei: sou a filha natural do coração e, por isso, inigualável.


MÃEZINHA, a minha homenagem a ti é eterna e independe de data ou qualquer outra ocasião especial... Sempre ouvi tu te referires a mim como uma pérola preciosa. E sempre pedias aos que estavam próximos de mim: ‘cuide da minha pérola’. Mas nunca havia me dado conta da grandeza do significado de tal palavrinha. Agora entendo que não fui uma semente fecundada no teu ventre, mas, sim, uma PÉROLA gerada pelo teu amor para brilhar na tua vida. E se eu não nasci DE ti, certamente nasci PARA ti...

por Flávia Ferreira ( a tua pequerrucha)

sábado, maio 06, 2006

QUE DURE ENQUANTO FOR ETERNO!!!

Não sei se é apenas uma constatação ou é fato, DE FATO! Mas as pessoas estão cada vez mais egoístas, introspectivas, intransponíveis. Parece que a preocupação não é mais em conquistar, somente em ‘ganhar’ o outro. O corpo tornou-se uma espécie de fiador de relacionamentos. Tanto o homem quanto a mulher comportam-se como se a vida fosse um jogo e a conquista dependesse apenas da vitória. Uma vez ‘ganha’ a partida, nada mais deve ser feito! O que muitos não percebem é que, no relacionamento amoroso, é necessário conquistar sempre. Ninguém ganha o outro eternamente. A conquista, essa sim, que deve ser eterna, pois algo eterno é algo que se renova, que se transforma através dos tempos.

Nada pode ser mais lesivo para o amor do que a sensação de permanência, de estagnação do sentimento, de inércia do parceiro. Aqueles que acreditam que depois de firmada a conquista não é necessário fazer mais nada, estão fadados ao fracasso em qualquer relação. O amor é um sentimento a ser aprendido. E mesmo ao lado da alegria e da satisfação é preciso considerar sempre a doação e o sacrifício. Mais do que SABER-SE amado é necessário SENTIR-SE amado. No amor precisa-se ser desvelado, galgar degraus, dia após dia, cuidar permanentemente para que não decaia o encantamento. É necessário o cortejo, a surpresa, a abnegação. Permito-me aqui a adaptação de uma frase que li certa vez onde mais ou menos assim dizia: “...admirável não é aquele que conquista várias pessoas ao longo da vida, mas sim, aquele que conquista por várias vezes a mesma pessoa...”

E o amor? Será que é eterno? Você pode fazer com que seja eterno enquanto dure ou que dure enquanto for eterno. Depende de como você compreende a eternidade...

por Flávia Ferreira