terça-feira, julho 18, 2006

É PRECISO AMAR!!!

“...e eu possa me dizer do amor que tive. Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure...” (Vinicius de Moraes)

Hoje em dia é bastante comum discutir casamento, relacionamento, amor e sentimentos. Deve ser por isso que as pessoas procuram estar bem ‘informadas’ no que diz respeito ao assunto. Porque escolhi você? Amar pode dar certo; Porque você mente e eu acredito? Como sobreviver à perda de um amor? Como sobreviver ao casamento? Pare de levar foras; Como encontrar um marido depois dos 35... E por aí vai. Esses são títulos bem sugestivos de companheiros inseparáveis da cabeceira de muitas pessoas. Mas será que livros de auto-ajuda ou qualquer conhecimento adquirido em novelas e programas de TV vão realmente ajudar quando o assunto é amor? Não sei! Só sei que muitos se esquecem de que para amar é preciso dar oportunidade ao amor. É preciso parar de esperar pela pessoa perfeita para só então ‘experimentar’ este sentimento.

Muitas vezes ficamos presos a conceitos, modelos, padrões e nos esquecemos de que para sentimentos não existem ou, pelo menos, não devem existir regras. Sentir já é tão raro. Por que então desistir sem ao menos tentar? Será mais uma vez aquela velha história do medo? Medo de não acertar? Medo de não encontrar o ‘certo’? Mas o que é o certo anyway? Ficamos em busca do amor perfeito, do relacionamento perfeito, da pessoa perfeita e nos esquecemos de que nada, nem ninguém, é perfeito. Mas qual seria o segredo de amar? Em um ensaio sobre as Mil e Uma Noites, o escritor Rubem Alves diz que a arte de amar é a arte de não deixar que a chama se apague, mesmo que a vela vá se consumindo. Eu arriscaria dizer que não existe segredo para isso, existe vontade. Primeiro, é preciso querer experimentar o amor (acender a chama); depois, querer que dê certo (mantê-la acesa). E isso implica doar-se de corpo e alma na relação. Então vamos cuidar para que o amor não seja apenas a chama de Vinicius, mas que seja como nas Mil e Uma Noites tão bem lembradas por Alves onde:

“...os amantes podem ter a esperança de que as madrugadas não terminarão com o vento que apaga a vela, mas com o sopro que a faz reacender-se...”


por Flávia Ferreira

terça-feira, julho 11, 2006

SER OU ESTAR? EIS A QUESTÃO!

“... Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação a ser? E, no entanto, não há outro caminho. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? Como é que se explica que eu não tolere ver, só porque a vida não é o que eu pensava e sim outra - como se antes eu tivesse sabido o que era!" (Clarice Lispector)

Por que será que temos tanto medo do novo, do diferente, do desconhecido? Por que ficamos presos a certezas antiquadas apenas pelo consolo de que é melhor não trocar o certo pelo duvidoso? Quase ninguém quer correr riscos. As pessoas preferem a certeza do velho. Já escrevi sobre o medo certa vez. O momento era outro, a razão também. O fato é que hoje escutei algo que me fez pensar novamente sobre este assunto: o MEDO. Pensar em mim, na minha vida, nos meus sonhos... Pensar se realmente tenho algum medo e de que. Mas até o fato de pensar que não tenho medo já é assustador, não? Mas isso é bom. Isso é reflexão. E me faz divagar, devanear. Com isso eu penso, amadureço, cresço. “...óh, sei que entrei sim. Mas assustei-me porque não sei para onde dá essa entrada. E nunca antes eu me havia deixado levar, a menos que soubesse para o que. O medo agora é que meu novo modo não faça sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade." Confesso que já tive muitos medos nesta vida, mas ela própria (a vida) foi se encarregando de tirá-los do meu coração. Assim como Lispector, aos poucos estou substituindo o destino pela probabilidade. E já consigo aceitar o ‘risco’ do acaso. Hoje acredito que tudo é provável, tudo é POSSÍVEL e PASSÍVEL de ser realizado, basta QUERER! Muitos não querem andar nas nuvens, ou pelo menos tentar. Muitos não querem viver paixões, ou pelo menos tentar. Muitos não querem lutar pelos seus sonhos, pelos seus ideais, ou pelo menos tentar. Muitos não fazem aquilo que têm vontade, nem tentam. Muitos querem apenas ter os pés firmemente plantados no chão e não mais ter que tentar, por medo. Dessa maneira esses muitos acham que assim encontrarão a felicidade. Mas será que a felicidade é algo permanente? Será que é algo para se encontrar? Será que alguém É feliz de verdade ou será que apenas ESTÁ feliz em alguns momentos? Na realidade não existe um manual de “como chegar lá”. Felicidade não se encontra, porque ela não pode estar em lugar algum. Ela deve vir de dentro pra fora. Primeiro: É preciso QUERER ser feliz e depois é preciso ACREDITAR nisso. O resto...é apenas o resto! EU QUERO! E você?

“ A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre" (Clarice Lispector)


por Flávia Ferreira

quinta-feira, julho 06, 2006

TDB

“...coração de eterno flerte, adoro ver-te...o Havaí, seja aqui, o que tu sonhares, todos os lugares, as ondas dos mares, pois quando eu te beijo, eu desejo teu desejo...”

Uma vez ouvi alguém dizer que um bom beijo, muitas vezes, é melhor até do que o sexo simplesmente. Este alguém disse também que o beijo é a parte mais importante da relação física entre duas pessoas. Se ele não funcionar, pode desistir do resto. E eu realmente devo concordar com este ‘alguém’, seja lá quem for, porque beijar é maravilhoso. É uma espécie de viagem sem volta. Quando o beijo é bom parece que tudo ao nosso redor desaparece. A gente se esquece de tudo e de todos. Quando duas bocas se encontram e se encaixam, não há preocupação que persista, nem problema que não se resolva. E as palavras perdem qualquer sentido diante do primor deste momento.

Beijar é simplesmente mágico, porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios. Mergulha num mundo de fantasias, descobre vontades, anseios, cheiros, sabores... No beijo você compartilha intimidades sem dizer uma só palavra. Você é capaz de dizer mil coisas, sem sair do silêncio. O beijo é gostoso porque não cansa, não cobra, não fala nada, e ainda assim consegue dizer tudo... Enfim, beijar é, como dizem por aí, TDB (tudo de bom). E nada de ficar criando paranóias de que o beijo é perigoso porque transmite doenças, ou é nojento porque tem não sei quantas mil bactérias, vírus, etc, etc, etc. Para esses neuróticos de plantão, meu triste lamento! Deve ser porque ainda não experimentaram ‘aquele’ beijo capaz de levá-los a lugares únicos, serenos e inesquecíveis, de onde não terão a menor pressa para voltar...

“...nem quero pensar se é certo querer o que vou lhe dizer: um beijo seu e eu vou só pensar em você...”

por Flávia Ferreira