terça-feira, abril 24, 2007

“FICAR VELHO É OBRIGATÓRIO, CRESCER É OPCIONAL”

Coincidentemente hoje li essa frase. Uma espécie de filme passou pela minha cabeça, afinal de contas, lá se vai mais um ano da minha vida. Dizem que antes dos 30 as coisas são diferentes. E eu cansei de escutar que depois dos 30 eu ia sentir essa diferença. Mas a frase acima me fez refletir que a idade realmente não importa, pois há quem faça 30 anos aos 20, outros que façam aos 45 e até aqueles que nunca farão 30 anos, porque o crescimento é realmente opcional e não são todos que estão dispostos a crescer. Por isso que hoje quando alguém vem me falar que depois dos 30 não pode isso, ou é melhor aquilo, blah,blah,blah.... eu simplesmente CALO, porque a única coisa que sei é que depois dos 30... vêm os 31!

Amanhã é meu aniversário! E independentemente de idade, o que posso dizer é que, com o passar dos anos, muitas das minhas ilusões amadureceram, outras se dissiparam; novos objetivos foram conquistados, outros foram deixados de lado; ganhei experiência, experimentei paixões, vivi amores, criei novas amizades e realizei muitos sonhos. Sei que a cada ano mais uma porta se abre diante dos meus olhos. E eu não tenho medo de abri-la. Sei que a vida guarda surpresas. Mas eu quero continuar a ser curiosa e tentar abraçá-las; todas. Não quero ter medo de machucar meus pés num terreno novo. Quero correr o risco. E sei que ainda vou correr, vários... Mas tenho certeza de que do outro lado da porta o que espera por mim é maravilhoso. Posso até ter envelhecido, mas tenho plena certeza de que cresci e vou continuar crescendo, sempre... Afinal de contas, a velhice pode ser inevitável, mas o crescimento é definitivamente opcional!


por Flávia Carvalho

quinta-feira, abril 12, 2007

DESENROLE!!

"(...) o que quer que você possa fazer, ou sonha que possa, faça-o. A coragem contém em si mesma a força e a magia." (Goethe)

Já pensaram, já falaram e até música já fizeram: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". De uns tempos pra cá vem se consolidando, cada vez mais, uma nova modalidade de relacionamento: o ROLO! Quem será que nunca ouviu essa palavrinha? Quantos não tiveram ou têm um ‘rolinho’? A pessoa pode ter um, dois, três ou mais rolos ao mesmo tempo. Dificilmente se apaixona por algum deles, mas pode acontecer. O que importa nesse tipo de relação é a companhia, o ‘no-stress’; nada de cobranças, cada um no seu canto; se não ligar não importa, afinal de contas, não é namoro. E assim vivem milhares de seres ‘humanos’ mantendo a ilusão de que não estão sós. É normal ter rolos hoje em dia. Parece que anormal é quem não os têm. É a realidade na qual estamos vivendo. Mas, mesmo assim, tenho lá minhas dúvidas de que a ‘real’ seja bem essa. Caso contrário, os sets terapêuticos não estariam cada vez mais disputados, as igrejas cada vez mais lotadas de jovens, os anti-depressivos e ansiolíticos sendo cada vez mais facilmente vendidos por aí. Fica claro que essa realidade aparentemente ‘normal’ não é tão salutar assim.

Ninguém é de ninguém? Eu sou de todo mundo? Todo mundo é meu? Não concordo com isso. Não sou e não posso ser de ninguém porque não sou objeto. Somos pessoas. Estão querendo nos transformar em coisas. Sentimentos estão sendo colocados de lado. Desejos estão sendo esquecidos. Sonhos estão sendo ‘acordados’. Por que precisamos nos convencer e provar aos outros o tempo inteiro que temos uma autoconfiança e uma auto-estima indestrutíveis? Muitos se mostram seguros, cheios de certeza, quase inatingíveis. Muitos vestem máscaras e morrem de medo de mostrar o que realmente são por medo de assim não conseguirem atrair alguém. E isso pra mim é um total desrespeito; não com o outro, mas com nós mesmos! Apesar de vivermos em um mundo inconstante, rápido e mutante, nosso coração não funciona assim. Gostamos de respostas, queremos satisfações. Precisamos de acalento, de paz, de mimos, de aconchego; enfim, precisamos de amor. E o amor não segue esse ritmo frenético que a modernidade tenta impor. Se não pararmos para refletir sobre quais são nossos valores, se realmente estamos indo DE encontro a eles ou AO encontro deles, estaremos cada vez mais suscetíveis, perdidos e, por que não dizer, vazios... Você pode até ter vários rolos, ser de todo mundo, mas enquanto não souber respeitar e viver seus sentimentos vai continuar só; porque a desconsideração de nossos valores e sentimentos representam a ausência de nós mesmos. E essa, meus amigos, ninguém conseguirá suprir!

por Flávia Carvalho