sexta-feira, dezembro 22, 2006

SEU MELHOR PRESENTE!

“(...) Quando a gente exala o perfume do amor, da auto-aceitação, da fé em si mesmo, não tem como ser diferente, a gente vive ‘brilhando’ nosso perfume”.(CLAUDIA GIOVANNI)

Muitas pessoas ficam extremamente deprimidas nessa época do ano. Geralmente porque fizeram vários planos e eles não se tornaram realidade. Uns esperaram que houvesse mudanças, mas elas não aconteceram. Outros sonharam com coisas novas, um carro, um emprego melhor, um outro relacionamento, a compra da casa... E nada ou pouco disso aconteceu. O ano passou. Mais uma vez nem todos os objetivos foram atingidos. O coração fica triste, vazio, infeliz. A tristeza parece que toma conta e muitos preferem fugir. Dizem que essa é uma época triste. Eu já ouvi várias pessoas dizendo que odeiam o Natal. Por que será? Acredito que é porque muitos colocam prazos para este período. Prazo para ser feliz, prazo para conseguir mudar de vida, prazos, prazos, e mais prazos... Uma espécie de prestação de contas, ou melhor, de ‘suas’ contas consigo mesmo. E Natal não é isso! Não pode ser encarado como um momento de fazer cobranças. O Natal significa nascimento, significa o novo. Foi o dia em que Jesus nasceu. E ELE veio ao mundo para nos mostrar o que é ser feliz de verdade. Deu-nos o maior exemplo de amor, fraternidade, humildade. Deixe esses sentimentos nascerem dentro de seu coração também. Como é que alguém pode achar o dia do nascimento deste grande mestre um dia triste? Não. Definitivamente não pode ser.

Muito dinheiro no bolso, paz, saúde pra dar e vender... É o que todos desejam uns aos outros. É o que todos almejam. Mas eu quero desejar algo diferente. Desejo simplesmente que você se ame. Isso mesmo: AME-SE! Se você conseguir praticar esse amor, todo o resto é conseqüência. São poucos os que são estimulados a se conhecerem, reconhecerem suas qualidades e defeitos, suas vontades e paixões. A maioria de nós está preocupada em satisfazer o outro, em superar as expectativas que o mundo coloca sobre as nossas costas. Não temos que carregar nenhuma cruz. Jesus já se encarregou de fazer isso por nós. Devemo-nos aceitar como somos, reconhecendo sim, as nossas limitações, mas, sem culpa, sem julgamentos tão rígidos ou cobranças excessivas. O importante não é acertar sempre, mas, tentar sempre, desistir jamais. É fazer de nossas falhas, caminhos que levam à maturidade. E, conseguirmos entender que os erros fazem parte deste processo de crescimento, já é um grande passo para fortalecer esse amor.

Já que gostamos tanto de estipular metas para cada início de ano, eu proponho que nós coloquemos o nosso amor próprio como principal objetivo para todos os anos daqui pra frente. E, assim, como nessa época as pessoas aproveitam para fazer aquela faxina geral em seus lares, que tal fazermos uma faxina dentro de nós? É isso aí. Assim como você decora sua casa com enfeites, bolas coloridas, árvores lindas, decore sua alma também! Plante a árvore da esperança em seu coração, jogue fora os sentimentos negativos, retire do fundo do baú aquela lembrança mais alegre e pendure-a num lugar bem visível. Nosso Pai do céu nos disse que a fé move montanhas. Então acenda as luzes da fé dentro de você e seja reflexo da felicidade para todos à sua volta. E quando sua casa já estiver assim, tão bem preparada, convide o aniversariante e compartilhe com ELE o melhor presente que você poderia lhe oferecer: seu amor pela VIDA!

por Flávia Carvalho

sexta-feira, dezembro 15, 2006

QUEM CALA NEM SEMPRE CONSENTE!

“(...) porque calando nem sempre quer dizer que concordamos com o que ouvimos ou lemos, mas estamos dando a outrem a chance de pensar, refletir, saber o que falou ou escreveu. Saber ouvir é um raro dom, reconheçamos. Mas saber calar, mais raro ainda”. (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)

Existem momentos em que precisamos pensar; Outros em que precisamos escrever; Outros em que precisamos conversar, expor idéias; Outros em que precisamos ouvir. Mas existem momentos também, em que precisamos apenas calar. Muitas vezes, na ânsia de resolver problemas ou prever resultados, acabamos esquecendo esta preciosa forma de comunicação: o silêncio! Isso mesmo, ficar em silêncio nem sempre significa ausência de uma resposta ou indiferença. O calar é, antes de qualquer coisa, estar presente. Estamos desaprendendo o valor do silêncio e parece que vale tudo para preenchê-lo. Daí os imensos discursos vazios, diálogos superficiais e respostas infundadas. Quem cala nem sempre aceita o que o outro está dizendo, mas respeita. E pode ser até uma forma de fazê-lo refletir.

Por que sempre achamos que as pessoas precisam de uma palavra amiga? Muitas vezes o silêncio pode ser mais sincero do que qualquer frase. Tem dias que não sabemos o que falar ou como falar para dar conforto. Então é melhor calar, porque quem cala realmente fala ao coração. E é tão bom quando conseguimos restaurar forças e acalmar com apenas um sorriso, um gesto, um olhar... Eu sempre falei muito. Ainda preciso praticar bastante a ‘arte’ do silêncio. Quero continuar aprendendo a reavaliar meus momentos, sentimentos, meus ‘diálogos’ e ‘monólogos’. Mas quero saber calar se não for a hora de dizer. Posso machucar. E sei que já magoei muitas pessoas por me exceder nas palavras. Hoje eu entendo que o silêncio pode ser a ausência de sons, mas nunca de sentimentos. Dizem que a palavra vale prata e o silêncio vale ouro. Então deve ser por isso que Deus nos deus dois ouvidos e uma só boca, para que possamos ouvir mais e falar menos.

“Na juventude aprende-se a falar. Na velhice, a calar. Este é o grande defeito do homem: ele aprende a falar antes de saber calar...” (RABI NACHMAN DE BRESLAV)

por Flávia Carvalho

quinta-feira, dezembro 07, 2006

PROVIDÊNCIA SIM, ACASO TALVEZ, COINCIDÊNCIA NÃO!

Você sonha a noite inteira com uma pessoa. De repente o telefone toca e te acorda. É ela. Você pensa muito em alguém e resolve escrever para ele. Abre seu e-mail e a resposta já está lá, antes mesmo que a mensagem fosse enviada. Um dia comum. Um dia ‘normal’. Você sai de casa ou do trabalho, conhece uma pessoa que te faz sentir algo que você desejava muito sentir. Um certo alguém te fala coisas que você realmente precisava ouvir. Parece que todas as coisas estão ligadas, não é? Pois sim, realmente estão! Desvarios à parte, este fenômeno existe e chama-se ‘sincronicidade’. A concepção da idéia é do psicanalista Jung e sua principal característica é uma significativa relação entre uma vivência interior e um evento exterior, ou seja, por meio de uma silenciosa e misteriosa troca de energias, as nossas necessidades internas são alimentadas pela realidade exterior. Geralmente ocorrem sem aviso e sem planejamento. E é aí que está o mistério singular. É a sincronicidade que nos faz confiar mais na vida, nos faz acreditar que ela sempre nos enviará a experiência certa, no momento certo. Para Jung, essa energia está presente em todos nós, mas, muitas vezes, não conseguimos perceber esse fenômeno. É como se os olhos se fechassem para os sinais que recebemos. Então preferimos chamá-los apenas de simples ‘coincidências’.

Acredito que para percebermos a sincronicidade, e toda sua essência, precisamos estar preparados. Isso ocorrerá quando conseguirmos colocar a nossa intenção em tudo aquilo que fizermos; quando entrarmos num estado de tranqüilidade, paz interior e quando estivermos abertos às experiências. Sinceridade, coragem, paixão pela vida, capacidade de viver o momento: esses são os caminhos que levam até essa dimensão. Conhecer-se bem, saber o que se quer, caminhar na direção do que se precisa: esses são os atalhos que devemos pegar. Quando a sincronicidade se manifesta, com certeza está nos preparando para alguma coisa. Talvez seja a hora de corrigir erros, resgatar sentimentos, rever conceitos... Mude a pergunta. Ao invés de perguntar “por quê?” pergunte-se “para que?”. Tenho absoluta certeza de que as respostas serão outras. Pare de tentar controlar e de se controlar! Arrisque. Viva. Deixe-se surpreender! E fique atento quando esses fenômenos acontecerem novamente. Preste atenção! Você poderá viver cada momento com uma intensidade maior e transformá-lo em uma oportunidade real de aprendizado e crescimento. Muitas vezes os fenômenos “sincrônicos” podem ser pequenos milagres em sua vida, ou podem, simplesmente, ser o momento de algumas respostas para suas tantas indagações.


“Ouvir bem seus desejos é fundamental para uma fiel relação de energias com a vida. O que a gente de fato quer, nem sempre corresponde àquilo que a gente pensa que quer...” (DOUCY DOUEK)


por Flávia Carvalho

sexta-feira, dezembro 01, 2006

VIVER OU NÃO VIVER: ESTA É A QUESTÃO!

“O Universo não é uma idéia minha. A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha. O único mistério do Universo é o MAIS e não o MENOS. Percebemos demais as coisas — eis o erro, a dúvida. O que existe transcende para mim o que julgo que existe. A Realidade é apenas real e não pensada." ALBERTO CAEIRO (Heterônimo de Fernando Pessoa).


Que bom seria se esperássemos menos e vivêssemos mais. Se percebêssemos menos e sentíssemos mais. Se julgássemos menos e compreendêssemos mais. Devo admitir que este ‘MAIS’ é muito difícil. Será que quando estamos vivenciando uma determinada situação, somos capazes de olhar de fora e questionar porque estamos ali? Será que as coisas têm que ser sempre opostas? Assim como o oposto do dia é a noite, do claro é o escuro, será que o oposto do sonho é a realidade? Mas o que é realidade e sonho? Qual deles permanece? Parece que existem dois mundos distintos: sonho e realidade. Uns procuram viver só no mundo real, outros querem viver no famoso “da lua”. Eu acredito que podemos e devemos viver em ambos. A minha vida tem sido uma mistura dos dois. Não acredito que sonho e realidade sejam opostos, prefiro acreditar que eles se completam. E para sermos completos temos que permitir certas experiências de fracasso, de fraqueza, de tristeza. Não podemos ser fortes o tempo todo. Algumas vezes a realidade dói, mas temos que enfrentá-la.

Não podemos viver achando que o mundo é uma maravilha, que não existem problemas, que não existem tristezas. Com o tempo as flores murcham, os heróis adoecem, os belos envelhecem, os príncipes podem virar sapos e as princesas pererecas. É como se o destino nos acordasse violentamente de um sonho. Mas também não podemos viver achando que não existem pessoas honestas, sinceras, fiéis, que todo mundo é egoísta e que os sentimentos não podem ser verdadeiros. Alto lá! Assim como a unanimidade é burra, eu diria que todo extremo é, no mínimo, covarde. Sei que é muito difícil não fugir quando sofremos alguma decepção ou quando um sonho se desvanece, mas sei também que não devemos ficar eternamente querendo saber os ‘porquês’disso ou daquilo ter acontecido. O universo muda as perguntas. Não adianta conhecer as respostas anteriores. Dali por diante é uma nova experiência, uma nova vida, são novos sentimentos. A realidade já me foi cruel por várias vezes. Apresentou-se nua e crua como costumam dizer por aí. Fiquei incrédula, senti um aperto na alma, quase quis desistir de sonhar, mas percebi que nada pode ser maior do que o meu sonho. Pode até parecer paradoxal, mas é sonhando que vivo a realidade, porque “a realidade, nada mais é do que o sonho perseguido com determinação e constância em nosso dia-a-dia". Tenho certeza de que pessoas se decepcionariam MENOS, chorariam MENOS, sofreriam MENOS se realmente conseguissem viver MAIS!

"... há sem dúvidas quem ame o infinito, há sem dúvidas quem deseje o possível, há sem dúvidas quem não queira nada. Há 03 tipos de idealistas, e eu, não sou nenhum deles. Porque amo infinitamente o finito, porque desejo impossivelmente o possível, porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, ou até se não puder ser ... " (FERNANDO PESSOA)