terça-feira, janeiro 23, 2007

NÃO VÁ PELA CONTRAMÃO!

“Estou convencido das minhas próprias limitações - e esta convicção é minha força...”(Gandhi)

Já escrevi muito sobre auto-estima, amor próprio, sobre a busca constante do crescimento interior. Mas, infelizmente, algumas pessoas costumam confundir esses conceitos com ‘individualismo’ e egoísmo. Ao mesmo tempo em que estão impulsionadas pela vontade de se gostarem mais, as pessoas podem criar um estado de tamanha supervalorização interior onde não haverá espaço para mais ninguém. É como se ela mesma se bastasse e não precisasse do outro para nada, ou que nenhuma pessoa seria boa o suficiente para estar ao seu lado. Amar a si próprio é importante sim, mas é preciso ter cautela para que essa idéia não nos tire um sentimento importantíssimo dentro de qualquer tipo de relação: a humildade! Seja com nosso companheiro, seja com os amigos, com os colegas de trabalho, ou no convívio com os outros em geral, a falta de humildade pode destruir qualquer relacionamento. Muitos começam a pensar assim: “Eu sou assim e pronto. Se ele/ela quiser ficar comigo tem que me aceitar como sou...” Devemos tomar muito cuidado com o “me aceitar como sou”. Essa é uma linha bastante tênue. O outro pode amar você como você é, mas não necessariamente tem que aceitar e engolir tudo que você faz.
Relacionamento é troca. É uma via de mão-dupla onde nenhum dos ‘lados’ é perfeito. Nenhum dos lados está certo o tempo todo. É uma espécie de estrada onde podemos testar todos os nossos limites, perceber as nossas ações e reações, acompanhar as curvas ou ir contra elas. Se nos colocarmos como CERTOS e PERFEITOS o tempo inteiro, jamais iremos crescer; amadurecer. E ao invés de levantarmos a nossa auto-estima, vamos construir verdadeiros muros de egoísmo. O individualismo usado como sinônimo de egoísmo, este sim, é daninho. Ele deriva da imaturidade emocional. Em vez de atrair pessoas, você vai acabar afastando-as cada vez mais. A individualidade pode ser positiva, desde que entendida no sentido de que somos seres únicos e diferentes uns dos outros. Muitas vezes o outro erra, mas é importante reconhecer que você também pode estar errado. Isso é respeito! Procure aprender com as experiências: suas e dos outros também. Todos nós precisamos das pessoas. Essa troca é importante. Precisamos ser humildes. E humildade não é sinônimo de fraqueza ou de humilhação como muitos pensam. É reconhecer que ninguém é melhor do que ninguém. É reconhecer que ser superior ao outro não tem nada de nobre, muito pelo contrário, a verdadeira nobreza está em sermos superiores a nós mesmos, em sermos superiores ao que éramos antes.

por Flávia Carvalho

6 comentários:

Anônimo disse...

Sem querer dar uma de fã descontrolada e chata, mas eu não consigo encontrar um defeito nos seus textos. Acho todos maravilhosos e refletem bem tudo que passamos, que sentimos, parece mesmo que essas suas palavras só podem ser sopradas pelos anjos. Um beijo e continue nos deliciando com suas palavras...

Anônimo disse...

É...acho que foi muito bom ter lido isso hoje. Parece que caiu feito uma luva. Eu era uma dessas pessoas que estava me amando tanto que talvez até estivesse passando por cima de outros... Bom ler suas palavras, me fizeram refletir ainda mais sobre o que já comentamos por e-mail. Valeu!

Anônimo disse...

“Mais vale passar pelo buraco da fechadura do que por portas abertas.” Nietzsche E para passar pelo buraco da fechadura em qualquer relacionamento é preciso muita maturidade e paciência. É preciso ensinar, mas aprender tb. Mas quando se consegue passar pelo buraco e chega-se ao outro lado tenho certeza de que o que será visto d outro lado compensará todo esforço. Um abraço

Zeca-DF disse...

"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos" Provérbio Chinês - Flavia, muito boa a crônica de hoje.
Bj
Zeca

Anônimo disse...

Lindo Flávia... Um relacionamento verdadeiro requer realmente o exercício da troca, requer estar inteiro com nossas fragilidades e forças, requer crescimento, de ambos não apenas de um. Pois numa relação onde há competição, onde um ganha, na verdade, os dois perdem. Como relata bem Rubem Alves, não pode ser comparado a um jogo de pingue pong, mas de frescobol, a intenção é manter a bola no ar, se ela cair, é uma perda para ambos... Um beijo minha linda... Linda msg a sua...

Anônimo disse...

Você está cada dia melhor, Flavinha Carvalho, minha linda! Os seus textos nos fazem refletir sobre muitos aspectos da nossa personalidade,do nosso comportamento, emoções... nossa vida! Gosto muito e me fazem bem! Beijos!