É preciso amadurecimento e auto-percepção para notar a diferença entre ser humilde e ser humilhado numa relação. Ser humilde é ser nem mais e nem menos do que se é. É compreender o outro e colocar-se no lugar dele quando a situação está difícil. É doar-se. É entregar-se aberta e espontaneamente; sem máscaras, sem disfarces, sem medos. Humilhar-se é ficar sempre em segundo plano para não perder o “amor da sua vida”. É ignorar seus próprios sentimentos. É fingir que tudo está bem quando na verdade não está. É acreditar nas mentiras dele(a), e até nas suas próprias, criando um relacionamento que só existe mesmo na imaginação. E isso, na minha opinião, é a maior bobagem que alguém pode fazer. Só atesta o papel cada vez menor do afeto nas relações amorosas contemporâneas. Afinal de contas você é namorado(a), esposo(a) ou serviçal?
Mais uma vez eu pergunto: Por quê? Por que as pessoas insistem em viver relacionamentos superficiais? Por que as pessoas insistem em viver mentiras? Pelo simples medo de ficarem sós? É. Talvez seja isso. O temido fantasma da solidão. É uma pena que ainda existam homens e mulheres que se prestam a esses papéis. Pessoas que não desejam realmente profundidade e seriedade alguma nos seus relacionamentos. Preferem a superficialidade, porque assim é mais “fácil”. Pena que essas pessoas não se dão conta de que, mesmo com alguém, elas continuarão sozinhas. E é a pior solidão, por se tratar não da ausência de outros, mas delas mesmas. Quanto mais incoerente e contraditório, melhor! Aquele bendito e célebre adágio, antes só do que mal acompanhado, está dando lugar a um deplorável e lúgubre ditado: ruim com ele(a), pior sem ele(a). Logo, meus caros, parece que o certo agora é: antes mal acompanhado do que só. LASTIMÁVEL!
por Flávia Carvalho