sexta-feira, março 24, 2006

ONDE DÓI?

Machucar o joelho dói. Trancar o dedo na porta dói. Levar um tapa dói. Torcer o pé dói. Mas que dor pode ser tão intensa e profunda como a dor da perda? Perder um amigo, perder um parente, perder uma chance, perder um sonho, perder um amor... O meu amor chegou abrindo seu coração. Incorporou-se a mim, à minha vida. Meu amor iluminou meu destino, clareou minhas idéias, preencheu a minha alma. Mas eu, tola, não soube receber tudo isso! Escondi-me atrás de fantasmas do passado e medos infundados do futuro. Mas quem de nós pode prever o futuro? É assim que perdemos nossos amores. E dói, dói muito! Onde dói? TUDO! Essa é uma dor devastadora, uma dor que julgamos não ser possível de suportar.

Essas dores parecem eternas. E o pior é saber que nada mais pode ser feito e que agora está tudo nas mãos de DEUS. Mas ELE diz: “...continue fiel a mim e eu vos serei fiel diante do meu PAI.” Obrigada amiga, pelas sábias palavras. Elas estão guardadas no meu coração e o seu exemplo também. Como você disse, aquela "dor" passou a ser esperança de que a restituição que Deus tem para nós enxuga o pranto, finda toda e qualquer angústia, substitui os “porquês” com os "para quês" e no final transmite uma paz que ultrapassa todo e qualquer entendimento. Depois que descobri o amor de DEUS, as mesmas pessoas que viram meus olhos assustados, hoje podem ver um brilho diferente neles. E aquela expressão apreensiva em meu rosto, deu lugar a um lhano e singelo sorriso que emana quando o Senhor fala ao meu coração. Sei que hoje inúmeras pessoas estão vivendo dores impossíveis de serem curadas aos olhos humanos. Dores que estão fora do alcance de seus braços, de suas capacidades físicas e até emocionais. Digo a essas pessoas que se permitam uma chance, uma oportunidade de abraçar um DEUS que acalenta e que nunca abandona.

Às vezes é preciso perder para encontrar. Perder-se para encontrar-se. Perdê-lo para encontrá-lo. Foi preciso perder meu amor para que eu pudesse despertar para uma nova realidade. Foi preciso que o desespero e a dor tomassem conta de mim, assolando minha mente, minha sanidade, me torturando em lágrimas, para que eu encontrasse o verdadeiro amor: o amor puro, o amor singelo, o amor altruísta, o amor de DEUS. Finalmente consegui me livrar das correntes que me prenderam aos erros do passado. Fechei os olhos. Respirei. Harmonizei minha alma e fiz como a fênix: renasci das minhas próprias cinzas. E eu te agradeço, meu DEUS querido e amado, por mais um dia de amizade, de total confiança e de imensa paz!

por Flávia Ferreira

quarta-feira, março 08, 2006

O FORTE SEXO FRÁGIL

“Ele é quem quer; ele é o homem; eu sou apenas uma mulher...” Quantas de nós já não falamos ou ouvimos alguém falar assim? A mulher ainda encontra dificuldades para desvencilhar-se do conceito de que é inferior ao homem. Conceito inveterado que até inconscientemente a acompanha. O papel da necessitada, submissa e servil está presente, há tempos, em nossas músicas, cantigas, poemas e até dentro de nossa própria casa. Já dizia a canção: “Amélia que era mulher de verdade...” Era? Era por quê? Em que sentido? Por que ela deixou de ser? Será que Amélia morreu? Será que ela desaprendeu? Ou será que a Amélia estudou, concluiu a faculdade, fez mestrado e talvez seja presidente de uma grande empresa? Enfim, hoje a “Amélia” já tem condições de estar em outro nível qualitativo, e sente-se desobrigada de ocupar papel tão submisso. Quem sabe a Amélia, tão cantada em versos e prosas, era de VERDADE porque o homem que a exaltava era de MENTIRA?

Está cada vez mais evidente que as mulheres querem se igualar aos homens e buscam isso a qualquer custo e a qualquer preço. Com todo o movimento feminista, nos tornamos semelhantes aos homens sim, mas no que diz respeito às diferenças hierárquicas e direitos sociais talvez. Ser "feminista" não foi e nunca será a solução. Não precisamos nos masculinizar para sermos respeitadas. As pessoas e até as próprias mulheres têm que parar de achar que só poderão ser reconhecidas e valorizadas se assim agirem. A mulher não deve tentar se impor pela força, querendo mostrar que é igual aos homens, ao contrário, nós devemos fazer questão de ser sempre o "sexo frágil". A fragilidade não significa necessariamente fraqueza, mas sim sensibilidade. Para ser forte não é preciso ser brusca, nem é preciso gritar para ser ouvida. Isso pode ser feito com uma voz doce e carinhosa, com aquele jeitinho todo especial. Deus não criou a mulher para ser superior ou inferior ao homem. ELE a criou para estar ao lado. Agora, só seremos reconhecidas como mulheres e respeitadas em nossas diferenças quando tivermos com nós mesmas consideração idêntica à que queremos receber.

Seja frágil quando se sentir assim, seja sedutora se for isso que determina sua espontaneidade. Aprenda que sensualidade não é futilidade. Seja amorosa, dedicada e delicada. Enfim, seja MULHER! Entenda que amar não é deixar de existir para que o outro possa viver. Dedicação não é sinônimo de anulação e ser delicada não quer dizer que você é fraca. Tenha coragem de ser feminina, serena e principalmente segura da grandeza dessa condição. Entenda que você também pode ser a Amélia, mas sem deixar de ser a Ana, a Maria, a Flávia, a Letícia, a Rosa, a Rose, a Carolina, a Inês, a Cláudia, a Regina, a Cristina, a Patrícia, a Graça, a Izabel, a Martha, a Sônia, a Joana...

por Flávia Ferreira