Mas será que em pleno século XXI ainda estamos condicionadas à sombra de um relacionamento? Infelizmente, para muitos, ainda estamos sim. Como antigamente para se viver um romance era preciso ter no máximo vinte e poucos anos, criaram o rótulo de que balzaquianas são encalhadas. Mas como o tempo não pára e a fila anda, os 30 chegam e, com eles, as cobranças de todo lado. São tias cobrando casamento, pais cobrando netos, você mesma cobrando-se a compra de um imóvel próprio, de um trabalho melhor, sem falar na corrida contra o relógio biológico e a eterna preocupação em manter-se jovem e bela.
Os machistas e “as” machistas de plantão costumam dizer que se a mulher chegou aos 30 e ainda não se casou é porque tem algum problema. Isto é uma afronta! Para Balzac, e não só para ele, as mulheres de 30 estão no ápice da vida, conhecem como ninguém a arte de seduzir e encantar, e têm muitas histórias para contar. Mas realmente são muitos os conflitos de nós balzaquianas. Vivemos a vida no limite e estamos constantemente sendo postas à prova em qualquer lugar e em qualquer situação. Exigem-nos mais, mas também exigimos muito.
Eu diria a esses insensatos pensadores que não temos problema, ao contrário, somos a solução. Antes não existíamos, agora estamos aí: Singulares e especiais, porque nós, mulheres de 30, temos a garra das de 20 e a maturidade das de 40. Na verdade o grande problema, talvez o mais inquietante conflito, é encontrar alguém à altura. Não pode ser qualquer um. É preciso um homem com “H” que acompanhe uma mulher assim: mais madura, mais sensual, menos tímida, mais realista, mais vivida e, principalmente, mais MULHER...
por Flávia Ferreira