quarta-feira, agosto 16, 2006

QUANTO MAIS IDIOTA MELHOR!


“...esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único “não” realmente aceitável. Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração...” (Arnaldo Jabour)


Realmente nós estamos ficando cada vez mais sérios, mais profundos, mais intensos. E quanto mais ficamos assim, menos alegres, menos felizes e menos satisfeitos parecemos estar também. Que coisa não? Tenho a impressão que não está sobrando tempo para resgatarmos a espontaneidade da infância, a simplicidade, o desapego, enfim, a “idiotice”. Porque muitos dizem que é melhor ser criança? Aposto que você já ouviu isso. Já deve ter ouvido também que as crianças é que são felizes. Porque elas são tão autênticas? Porque têm sempre respostas simples para coisas que julgamos tão complicadas? Fácil. Porque as crianças ainda são “idiotas”. E como diz Jabour, ser idiota é vital para felicidade!

Sorrir é maravilhoso. Gargalhar então, nem se fala. É tão bom poder rir das nossas próprias mancadas. Poder rir dos nossos “micos” e até rir de quem ri da gente. Fazer brincadeiras. Fazer uma careta horrorosa que faça o outro rir. Escrever ‘ridículas’ cartas de amor. Cantar desafinado. Dançar fora de hora. Pular de alegria. Tomar sorvete no frio. Chorar de felicidade, chorar de raiva; enfim, viver cada momento como se fosse único, porque ele realmente será único. Isso é ser idiota. Já temos preocupações demais nessa vida. Na vida tudo é passageiro e as nossas preocupações também deveriam ser. Mas não. Nós insistimos em levá-las para toda parte. Desde o nascer ao pôr do sol elas estão ao nosso lado. Há momentos em que precisamos ser sérios e serenos. Então vamos deixar a preocupação e a serenidade para esses momentos. Devemos deixar que a nossa criança brinque dentro de nós, porque todos nós já fomos crianças um dia! Ela não pode morrer. Mais cedo ou mais tarde, com certeza teremos momentos de dor em nossas vidas e sentiremos muito. Mas como diz Carlos Drummond de Andrade: A dor é inevitável. O sofrimento é opcional. Eu prefiro continuar acreditando nisso e, definitivamente, sendo uma idiota!

“...a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos...”


por Flávia Carvalho

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