quinta-feira, outubro 19, 2006

E É MORRENDO QUE SE VIVE...

“Entendi que a vida não tece apenas uma teia de perdas, mas nos proporciona uma sucessão de ganhos. O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar.” (LYA LUFT)

"A gente só dá valor quando perde".
Sem dúvida alguma, esse é um dos ditados mais famosos que não sai da boca do povo. Durante toda a vida, estamos sempre perdendo e ganhando. Desde que nascemos já temos que aprender a conviver com as perdas. Precisamos perder o conforto do útero para ganhar o mundo. E a vida é assim mesmo: quando se ganha alguma coisa, com certeza outra se perde. Como ganhar conhecimento sem perder horas estudando? Como ganhar na mega sena sem perder o dinheiro da aposta? Como ganhar maturidade sem perder a juventude? Por aí vai... Mas a tendência das pessoas é sempre valorizar mais a perda do que o ganho. Claro que na dor é muito difícil vislumbrarmos o que de bom aquilo pode nos trazer. Mas só existem duas opções diante dessa situação: fixar o olhar no passado sem viver o presente e negar qualquer possibilidade de um futuro, ou então, seguir o intrépido rumo que a vida nos oferece.

Certa vez Nietzsche escreveu que “a maior diferença entre um homem e uma vaca era que a vaca sabia como existir, como viver sem angústia no bendito presente, sem o peso do passado e a preocupação com os horrores do futuro. Mas nós, humanos infelizes, somos tão perseguidos pelo passado e pelo futuro que só podemos passar rapidamente pelo presente”. Então o melhor a fazer, pelo menos o que EU procuro fazer hoje, é deixar as tristezas e decepções para trás. O passado é minha história. Uma história cheia de erros e acertos, perdas e ganhos. Mas essa história deve permanecer apenas na minha lembrança. Não posso permitir que as lembranças voltem para me importunar e atrapalhar o meu presente. E quanto ao futuro, quando ele chegar eu decido o que fazer pois a minha única certeza é de que se sigo perdendo, certamente é porque continuarei a ganhar.

"... acho que a vida é um processo... É como subir uma montanha. Mesmo que no fim não se esteja tão forte fisicamente, a paisagem visualizada é melhor.” (LYA LUFT)



por Flávia Carvalho

6 comentários:

Zeca-DF disse...

Flávia, concordo totalmente comsua crônica, e como cita Judith Viorst "As perdas são partes da vida"

Zeca-DF disse...

"O bom de não sabermos todas as coisas é existir alguém que sabe. O bom de existir alguém que sabe é não sabermos quem ele é."
LIA LUFT

Zeca-DF disse...

"Escolham a árvore mais alta e, desta árvore, peguem a maçã que está no mais alto dos galhos, pois são muitos os que dizem, poucos os que querem, raros os que tentam e felizes os que conseguem" Flavia Ferreira

Anônimo disse...

Flavia, vc tem se tornado a minha escritora favorita.
Um abraço Zeca

Anônimo disse...

É isso aí minha ‘filósofa’ predileta!! Errar faz parte do caminho. Ninguém acerta de primeira, não é mesmo? E a vida é assim, vamos tentando, tentando, ganhando, perdendo, enfiando os pés pelas mãos, mas uma hora a gente aprende! Parabéns por mais um texto REAL.

Anônimo disse...

Perder! Quem gosta disso? Mas você disse bem. É preciso perder para ganhar. É bíblico, inclusive. Isso me ensinou a não ter medo da morte pois como cantou tão bem São Francisco e voc~e no seu artigo nos faz lembrar "é morrendo que se vive para a vida eterna".E Jesus já nos advertiu: Quem perder a sua vida por causa de mim vai ganhar o céu. Tenho tentado saber perder. Mas é tão difícil!
Mamão