quarta-feira, março 08, 2006

O FORTE SEXO FRÁGIL

“Ele é quem quer; ele é o homem; eu sou apenas uma mulher...” Quantas de nós já não falamos ou ouvimos alguém falar assim? A mulher ainda encontra dificuldades para desvencilhar-se do conceito de que é inferior ao homem. Conceito inveterado que até inconscientemente a acompanha. O papel da necessitada, submissa e servil está presente, há tempos, em nossas músicas, cantigas, poemas e até dentro de nossa própria casa. Já dizia a canção: “Amélia que era mulher de verdade...” Era? Era por quê? Em que sentido? Por que ela deixou de ser? Será que Amélia morreu? Será que ela desaprendeu? Ou será que a Amélia estudou, concluiu a faculdade, fez mestrado e talvez seja presidente de uma grande empresa? Enfim, hoje a “Amélia” já tem condições de estar em outro nível qualitativo, e sente-se desobrigada de ocupar papel tão submisso. Quem sabe a Amélia, tão cantada em versos e prosas, era de VERDADE porque o homem que a exaltava era de MENTIRA?

Está cada vez mais evidente que as mulheres querem se igualar aos homens e buscam isso a qualquer custo e a qualquer preço. Com todo o movimento feminista, nos tornamos semelhantes aos homens sim, mas no que diz respeito às diferenças hierárquicas e direitos sociais talvez. Ser "feminista" não foi e nunca será a solução. Não precisamos nos masculinizar para sermos respeitadas. As pessoas e até as próprias mulheres têm que parar de achar que só poderão ser reconhecidas e valorizadas se assim agirem. A mulher não deve tentar se impor pela força, querendo mostrar que é igual aos homens, ao contrário, nós devemos fazer questão de ser sempre o "sexo frágil". A fragilidade não significa necessariamente fraqueza, mas sim sensibilidade. Para ser forte não é preciso ser brusca, nem é preciso gritar para ser ouvida. Isso pode ser feito com uma voz doce e carinhosa, com aquele jeitinho todo especial. Deus não criou a mulher para ser superior ou inferior ao homem. ELE a criou para estar ao lado. Agora, só seremos reconhecidas como mulheres e respeitadas em nossas diferenças quando tivermos com nós mesmas consideração idêntica à que queremos receber.

Seja frágil quando se sentir assim, seja sedutora se for isso que determina sua espontaneidade. Aprenda que sensualidade não é futilidade. Seja amorosa, dedicada e delicada. Enfim, seja MULHER! Entenda que amar não é deixar de existir para que o outro possa viver. Dedicação não é sinônimo de anulação e ser delicada não quer dizer que você é fraca. Tenha coragem de ser feminina, serena e principalmente segura da grandeza dessa condição. Entenda que você também pode ser a Amélia, mas sem deixar de ser a Ana, a Maria, a Flávia, a Letícia, a Rosa, a Rose, a Carolina, a Inês, a Cláudia, a Regina, a Cristina, a Patrícia, a Graça, a Izabel, a Martha, a Sônia, a Joana...

por Flávia Ferreira

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse texto era pra ter ido dia 8 de março mas nao achei por bem manda-lo. Mas voce tem sim que recebe-lo.

"Assim como no Natal, onde se celebra toda a importância do Cristianismo, hoje é um dia especial pelo marco comemorativo da importância de vocês para
toda a humanidade. A você, que é a essência e a melhor representação da Mulher, os meus parabéns não só pelo dia, mas pela sua existência. Afinal, como digo sempre, o dia da Mulher é todo dia."