Pois é, ser belo é realmente difícil e às vezes dói. Dói porque a sociedade cobra e impõe padrões de beleza que nossos organismos nem sempre vão conseguir alcançar. Estão constantemente nos comparando com as ‘Giseles’, as ‘Luanas’, os ‘Rodrigos’ e os ‘Gianecchinis’ da vida. E nessa frustração constante as pessoas vão se tornando cada vez mais escravas de padrões.
Para mim a beleza está nas grandes e nas pequenas coisas: nos livros, nas boas conversas, nos abraços, nos beijos sinceros, nas palavras carinhosas de pessoas que amamos, nas amizades verdadeiras. Muitas vezes a beleza pode estar num simples gesto. Hoje presenciei uma cena que me fez refletir sobre isso. Estava saindo de casa e no jardim do meu bloco havia um casal de velhinhos. A senhora estava em uma cadeira de rodas e o senhor, que devia ser o seu marido, estava empurrando-a com grande dificuldade, já que nem ele conseguia andar direito. Em certo momento, os dois pararam e ele retirou um potinho e começou a alimentá-la com todo carinho. Ela parecia distante e mal conseguia se mexer. Mas ele com toda paciência olhava atentamente para ela. E aquele olhar me tocou. Talvez o mais belo olhar que eu já tenha visto de tão sincero e verdadeiro. São nesses momentos solitários de descoberta que podemos reconhecer o quanto a estética se torna pequena quando comparada aos belos sentimentos da vida...
“...Porque beleza é fundamental, mas auto–estima é imprescindível. Porque auto-estima é levantar ao amanhecer e lembrar que você está vivo para mais um dia e agradecer ao Ser Supremo por sua vida. É olhar-se no espelho e se achar linda e gostosa, mesmo com uns centímetros a mais na cintura, cabelos faltando ou muitos já brancos. Ter auto-estima é ter autoconfiança, é ser feliz, ter auto-respeito, ser segura, ser humilde, franca e transparente. É gostar do mundo. E de si...”
por Flávia Carvalho